Novas Diretrizes Recomendam Suplementação de Vitamina D para Crianças

Pediatra e neonatologista, explica a decisão da Sociedade Brasileira de Pediatria e os cuidados necessários

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A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) atualizou suas diretrizes e agora recomenda a suplementação de vitamina D para todas as crianças e adolescentes até 18 anos que estiverem no grupo de risco. A medida segue uma tendência internacional, já adotada nos Estados Unidos desde 2011, e tem como base a importância da vitamina D para diversas funções do organismo.

De acordo com a Dra. Juliana Alves, pediatra e neonatologista especializada em Pediatria Integrativa e Funcional, essa decisão é essencial para garantir o desenvolvimento saudável de crianças e adolescentes. “A vitamina D é fundamental para o metabolismo ósseo e do cálcio, mas sua atuação vai muito além disso. Ela influencia o sistema imunológico, a produção hormonal, o funcionamento do intestino, do cérebro e dos sistemas cardiovascular, pulmonar e musculoesquelético”, explica a especialista.

Estudos apontam que a deficiência de vitamina D na infância é comum e pode estar associada a um maior risco de doenças respiratórias, que são frequentes nessa fase da vida. Dessa forma, a suplementação empírica é recomendada para todas as crianças e adolescentes até 18 anos (quando considerados grupo de risco). Além disso, grupos específicos, como adultos acima de 75 anos, pessoas com alto risco de diabetes e gestantes, também devem receber suplementação.

Por outro lado, algumas condições de saúde podem contraindicar a suplementação, como doenças renais graves, hipercalciúria severa, calcificação em órgãos e vasos, níveis elevados de vitamina D, cálcio ou fosfato no sangue, histórico de alergia à vitamina D e algumas má formações ósseas. Por isso, a avaliação pediátrica é essencial.

A atualização das diretrizes brasileiras ocorreu após a Sociedade Americana de Endocrinologia publicar, em junho de 2024, uma revisão sistemática que abordou 14 questões clínicas relevantes sobre o uso da vitamina D. Entre essas questões, destacou-se a necessidade de suplementação para crianças e adolescentes, especialmente aqueles com pouca exposição solar e dieta pobre em alimentos ricos na vitamina.

Fonte: DRA . JULIANA ALVES BARRETO RIBEIROCRM 112646 @DRAJUALVES – 16 anos de experiência como médica pediatra e neonatologista – Formada na Faculdade de Ciências Médicas de Santos – Residência médica em pediatria e neonatologia pela Faculdade de Medicina da USP – Título de Especialista em Pediatria ( TEP) pela SBP – Título de Especialista em neonatologia ( TEN) pela SBP – Pós graduação em neonatologia pelo Hospital Israelita Albert Einstein


Embora a principal fonte de vitamina D seja a síntese cutânea induzida pelos raios solares UVB, a exposição adequada ao sol nem sempre é possível. “Apenas 10% da vitamina D que necessitamos vem da alimentação, enquanto 90% são produzidos pela pele ao receber luz solar. No entanto, os hábitos modernos, o uso de protetor solar e a preocupação com o câncer de pele reduzem essa absorção natural”, explica Dra. Juliana.


Estudos apontam que, para manter bons níveis de vitamina D, é necessário um tempo mínimo de exposição solar: cerca de 30 minutos semanais para bebês apenas de fralda ou 2 horas semanais para crianças vestidas. Porém, a janela de tempo ideal para a produção de vitamina D é entre 10h e 16h, período que também representa maior risco para doenças de pele. Dessa forma, a suplementação continua sendo a opção mais segura e eficaz.


Cada criança deve ser avaliada individualmente pelo pediatra, considerando fatores como exposição solar e alimentação. Grupos de risco para deficiência de vitamina D incluem bebês amamentados exclusivamente ao seio sem exposição solar adequada, crianças com pele escura, baixa exposição ao sol, problemas de má-absorção, doenças renais e uso de medicamentos que interferem no metabolismo da vitamina D.


Dra. Juliana alerta que a suplementação deve ser sempre orientada por um profissional de saúde. “Tomar vitamina D sem orientação pode levar a riscos graves, como intoxicação por excesso, causando hipercalcemia, calcificação de órgãos e problemas renais”, enfatiza.


Em resumo, a nova diretriz reforça a importância da vitamina D para crianças e adolescentes, destacando a necessidade de suplementação em casos indicados. Pais devem sempre buscar orientação pediátrica antes de iniciar qualquer suplementação, garantindo um desenvolvimento saudável e seguro para seus filhos.

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