A Fisioterapia Pélvica Funcional ajuda o paciente a prevenir e corrigir disfunções dos sistemas urinários, gastrointestinal e reprodutor, que ocasionam desconforto ou riscos nos afazeres do cotidiano
Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), atualmente 5% da população brasileira sofre com problemas de incontinência urinária, e mais de 30% de alguma disfunção sexual, dados que refletem os hábitos da vida moderna ou simplesmente o fator cronológico. Esses e diversos outros casos também podem ocasionar alterações na região, seja pela anatomia do corpo, mudança de postura, perda de massa muscular, doenças crônicas, pós-operatório, entre outros fatores.
Durante a gravidez, o corpo da mulher sofre alterações anatômicas que podem danificar os músculos do assoalho pélvico e o tecido conjuntivo, principalmente na hora do parto. De acordo com a fisioterapeuta Thalita Freitas, as disfunções desses músculos fazem com que apareçam sintomas inconvenientes e desconfortáveis para as mulheres. “Os músculos do assoalho pélvico têm a função de sustentar órgãos, como por exemplo, a bexiga, o intestino e o útero, auxiliar na continência urinária e fecal, além de serem muito importantes para satisfação sexual. Quando esses músculos sofrem algum tipo de alteração no parto, podem causar sintomas desagradáveis ou até mesmo dor para a mulher”, explica.
A Fisioterapia Pélvica Funcional é uma modalidade relativamente nova na área da reabilitação, que ajuda o paciente a prevenir e corrigir essas disfunções dos sistemas urinários, gastrointestinal e reprodutor, que ocasionam desconforto ou riscos nos afazeres do cotidiano.
Para fortalecer os músculos da pelve e do períneo, e reduzir as chances de perda involuntária de urina e fezes, são realizados ao lado do fisioterapeuta especializado séries de exercícios e protocolos da fisioterapia funcional, que colaboram para a reabilitação do assoalho pélvico, dos órgãos e ossos relacionados, além de prevenir outras disfunções. A fisioterapeuta Thalita ensina alguns exercícios, que podem ser realizados em casa, para ajudar na prevenção desses problemas:
- Sentada, coloque as mãos em baixo do bumbum e sinta os dois ossinhos que ficam de apoio. Alterne, desloque o peso do bumbum à direita, à esquerda, para frente e para trás (aproximadamente por 2 min).
- Ainda sentada, para conseguir aumentar a sensação de contato com a vagina e sentir os músculos, flexione o tronco e coloque os cotovelos sobre a coxa. Esta posição promoverá relaxamento dos músculos da vagina e ânus, que facilitam e auxiliam a função de urinar e evacuar.
- Deitada, de barriga para cima, realize inspiração e expiração lenta e profunda. Na inspiração insufle os pulmões e na expiração de tempo para todo o ar sair. (10 repetições).
- Deitada, de barriga para cima, eleve os braços e mãos para cima, e inspire. Expire, levando os braços até a lateral da coxa. (10 repetições).
- Repita os mesmos exercícios acima e sinta como se comportam a vagina e o ânus. Observe se é capaz de contraí-los juntos.
Thalita Freitasé fisioterapeuta especialista na Saúde da Mulher da clínica Athali Fisioterapia Pélvica Funcional, atuante na área de reabilitação dos músculos do assoalho pélvico e obstetrícia. Supervisora do curso de Pós-graduação em Fisioterapia na Saúde da Mulher HC-FMUSP (2015) e Coordenadora do curso de Pós-graduação em fisioterapia, no módulo de Uroginecologia, na Faculdade de Medicina da USP (2014).