É muito comum que a queda de cabelo seja relacionada por muitos ao processo de envelhecimento. Porém, a idade não é o único fator associado a perda dos fios, que também pode ocorrer devido a motivos como genética, alterações hormonais, alimentação e efeitos colaterais de medicamentos. Dessa forma, ao contrário do que muitos pensam, até mesmo crianças podem sofrer com o problema, apesar de não ser tão frequente como em adultos. “O problema é que, em crianças, a queda capilar possui um agravante ainda maior, visto que influencia de forma extremamente negativa o psicológico dos pequenos, atrapalhando seu desenvolvimento. Sendo assim, é fundamental que os pais prestem bastante atenção aos cabelos de seus filhos e procurem um especialista assim que perceberem qualquer alteração na quantidade dos fios de cabelo”, explica a dermatologista e tricologista Dra. Kédima Nassif, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia.
Em crianças, de acordo com a especialista, o tipo mais comum de perda dos fios é a alopecia areata. Caracterizada pelo surgimento de placas sem cabelos únicas ou múltiplas e até mesmo ausência de pelos em todo couro cabeludo ou corpo, a alopecia areata é uma doença autoimune que, apesar de ainda não possuir causa conhecida, está associada a fatores como estresse e genética. “Outra forma de queda capilar também relacionada ao estresse é a tricotilomania, condição onde a criança, na tentativa de se acalmar e aliviar o estresse, passa a arrancar os próprios cabelos, gerando assim grandes áreas sem fios, geralmente no lado contrário à mão dominante. Normalmente, a doença está associada a outros distúrbios comuns em crianças que também estão relacionados ao estresse e a ansiedade, como o hábito de roer unhas”, destaca.
A queda dos fios em crianças também pode ser causada por fatores externos, como é o caso da Tinea Capitis, doença causada por fungos que colonizam seres humanos, animais e ambientes, sendo assim transmissível através do contato. “A Tinea Capitis é caracterizada por placas circulares sem cabelos com a presença de descamação, coceira, vermelhidão e inflamação local. Geralmente também é acompanhada de um quadro de linfonodomegalia, quando há a inflamação e, consequentemente, aumento dos linfonodos (ínguas)”, afirma a médica.
Existem ainda outros tipos de queda de cabelo que não são tão recorrentes em crianças, mas que, em casos raros, podem afetar os pequenos, como a alopecia congênita, caracterizada pela ausência total ou parcial de cabelos desde o nascimento. “O fato é que, independentemente do tipo e causa da queda, o ideal é que os pais procurem um médico assim que possível para iniciar o tratamento, pois apenas ele poderá realizar um diagnóstico correto e indicar o melhor tratamento para cada caso, evitando assim qualquer dano maior aos cabelos e ao psicológico da criança”, finaliza a Dra. Kédima Nassif.
DRA. KÉDIMA NASSIF: Dermatologista e Tricologista, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia, da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica e da Associação Brasileira de Restauração Capilar. Graduada em Medicina pela Universidade Federal de Minas Gerais, possui Residência Médica em Dermatologia também pela UFMG; realizou complementação em Tricologia no Hospital do Servidor Público Municipal, transplante capilar pela FMABC e em Cosmiatria e Laser pela FMABC. Além disso, atuou como voluntária no ensino de Tricologia no Hospital do Servidor Público Municipal de São Paulo