Os bebês prematuros têm mais chances de nascer com hérnias da parede abdominal. As mais comuns em crianças são as hérnias umbilical e inguinal. A primeira se fecha sozinha em 90% dos casos, sem a necessidade de tratamento; já a inguinal, que atinge 30% desses bebês, tem indicação cirúrgica.
De acordo com o cirurgião pediátrico sócio da Sociedade Brasileira de Hérnia, André Luis Fortes Alves, geralmente o diagnóstico da hérnia inguinal é feito na UTI Neonatal. “Essas hérnias acontecem na virilha, quando a abertura existente para a passagem dos testículos não se fecha. Ela é mais comum em meninos: neles esse orifício só é fechado no final da gestação e, nas meninas, como não há passagem do testículo, se fecha já no início da gravidez”, explicou.
A genética das crianças influencia na possibilidade da doença. “Quando um ou mais irmãos tiveram hernia, o bebê tem o dobro de chances de nascer com a abertura na musculatura”.
Como é congênita, é impossível prevenir a ocorrência de hérnias em crianças. Têm como consequência a passagem de parte de um órgão (normalmente alças do intestino delgado) através desta abertura, o que pode causar dor e desconforto.
O cirurgião Christiano Claus, presidente da Sociedade Brasileira de Hérnia explica que a hérnia das crianças é diferente das apresentadas por adultos. “Nos pequenos é uma situação congênita, já no adulto ocorre principalmente devido a fraqueza da parede abdominal”.
Meu bebê tem hérnia umbilical, e agora?
Entre 10% e 30% das crianças têm hérnia umbilical, que ocorre quando a passagem do cordão umbilical pela parede abdominal não se fecha completamente. Em 90% dos casos, defeitos pequenos (menos de 2-3cm), fecham gradualmente até os 2 anos de idade e não precisam de tratamento. Hérnias maiores e aquelas que não fecham espontaneamente, em geral, requerem cirurgia na idade de 2-4 anos.
Algumas crianças manifestam a hérnia logo após cair o cordão, outras demoram mais para demonstrar. O sinal que os pais vão perceber é o estufamento (aumento de volume) do umbigo.