De acordo com o Boletim Epidemiológico Especial (2021) da SVS do Ministério da Saúde, em 2019 foram reportados para a Organização Mundial da Saúde 202.185 casos de hanseníase no mundo, destes 27.864 foram no Brasil. Essa doença afeta homens e mulheres, em idades distintas, sendo os homens com maior número de casos entre 60 a 79 anos e as mulheres entre 50 a 69 anos. A epidemia de COVID-19 influenciou o diagnóstico e o acompanhamento dos casos de hanseníase no Brasil. Dados preliminares de 2020 mostram que o Brasil diagnosticou 13.807 novos casos, sendo os estados do Mato Grosso, Maranhão, Pará e Pernambuco com mais de 1.000 casos cada.
Para conscientizar as pessoas sobre essa questão, o Ministério da Saúde criou a campanha Janeiro Roxo, chamando a atenção da população para o problema e orientando sobre a importância da prevenção e tratamento.
A Hanseníase é uma doença crônica, causada pela bactéria Mycobacterium leprae, que pode afetar qualquer pessoa. Caracteriza-se por alteração, diminuição ou perda da sensibilidade térmica, dolorosa, tátil e força muscular. Também são encontradas manchas em qualquer parte do corpo, principalmente em mãos, braços, pés, pernas e olhos e pode gerar incapacidades permanentes. A maioria das pessoas tem resistência à bactéria, sendo uma doente a cada dez contaminadas.
A transmissão ocorre através de gotículas de saliva eliminadas na fala, tosse ou espirro de pessoas não tratadas e em fases mais adiantadas da doença. Com o início do tratamento, a transmissão é interrompida. Em geral, é preciso uma relação próxima e frequente para que a doença se instale, por isso, todas as pessoas que convivem com o doente devem ser examinadas e testadas.
A baciloscopia é um exame auxiliar e pode ser positiva ou negativa dependendo da fase da doença, por isso seu resultado negativo não afasta a possibilidade do paciente estar contaminado, entretanto, o atual fluxo de diagnóstico além da baciloscopia se baseia principalmente em sintomas clínicos e dados epidemiológicos.
Pensando na ampliação do acesso à testagem da doença e diversificando a possibilidade de identificação de contato com o bacilo, a Bioclin lança o Kit Bioclin Fast ML Flow, que é um teste imunocromatográfico rápido (resultados entre 5 e 20 minutos) para a determinação qualitativa de anticorpos IgM anti-Mycobacterium leprae. Este teste é inédito no Brasil sendo validado para punção digital e venopunção.