A prevenção da infertilidade em qualquer tempo

(Dos 15 aos 55 anos)

Onde estamos e para onde vamos?

A prevenção das doenças é, atualmente, o capítulo mais importante e honesto da medicina. É o início de qualquer discussão. É a base da saúde. Teoricamente, o médico só deveria tratar as doenças que aparecem (apesar das medidas para a prevenção). A ação preventiva é fundamental no berço das doenças para que elas não cresçam e tornem os tratamentos difíceis e, às vezes, quase impossíveis. E a infertilidade pode ser prevenida? A infertilidade é uma doença? Não no sentido de causar dano à vida, mas sem dúvida pode levar a frustrações irreversíveis e, por isso, talvez seja sensato ser avaliada desde cedo. Mesmo que esse problema não nos aflija diretamente, todos nós temos alguém por perto, amigo, irmão, sobrinha, neta ou filha que pode estar sofrendo dessa dificuldade.

Será que posso engravidar?

Esta é a pergunta que assola a mente das mulheres desde a mais tenra idade, e será que ela pode, mesmo? Temos que esperar até a idade fértil ou até o momento oportuno para saber? Será que não evitaríamos o uso de contraceptivos por tantos anos?

Bem, as respostas para essas perguntas não são tão simples. Sabemos que entre 10 a 15 por cento dos casais têm dificuldades para engravidarem e que o fator masculino pode ser responsável por até 50 por cento desses casos. A pergunta é: Podemos, de alguma forma, prevenir a infertilidade?

A resposta não é fácil, mas, talvez, alguns indícios podem nos dar um alerta das dificuldades futuras que uma ou outra jovem poderá ter para engravidar. Se tivermos atenção, muitos desvios da normalidade podem ser corrigidos precocemente sem que o futuro reprodutivo da paciente seja prejudicado. Eis alguns exemplos:

As meninas com cólicas menstruais fortes podem ser portadoras de uma doença chamada Endometriose que, descrita numa linguagem simples, é o implante de células endometriais (que revestem o útero internamente) em outro lugar, que não o útero. Por razões desconhecidas e controversas, esse tecido endometrial pode refluir pelas trompas para o interior do abdome e implantar-se em outros órgãos. Esse Endométrio Ectópico (fora do lugar) passa a chamar Endometriose. Quanto antes detectarmos e tratarmos a endometriose, mais chances teremos de evitar casos em estágio severo.

A obesidade, hipo e hipertireoidismo, síndrome dos ovários policísticos, diabetes, irregularidades menstruais graves, entre outros, são distúrbios importantes que podem interferir na ovulação e podem ser sanados com tratamento adequado. Manter o peso dentro dos padrões recomendados para estatura e constituição física é sempre um caminho para preservar a “harmonia” no funcionamento do organismo.

Evitando maus hábitos como fumo, álcool, drogas e outros (neste caso não estou sequer referindo-me aos terríveis malefícios que esses hábitos causam) estaremos dando um grande passo em direção a esse equilíbrio.

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Dr. Arnaldo Schizzi Cambiaghi

Ginecologista Obstetra especialista em Reprodução Humana e Cirurgia Endoscópica Além de dedicar a maior parte de seu tempo ao conhecimento...

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