Quando a pandemia do Coronavírus se iniciou, muitos acreditavam que até o início de 2021 a doença seria coisa do passado. Mas o ano virou e ainda nos encontramos em uma situação delicada, com o número de casos de COVID-19 voltando a aumentar. Mas a boa notícia é que hoje a vacina é uma realidade e muitos países já iniciaram as campanhas de imunização. O Brasil, por sua vez, ainda caminha a passos lentos. Apesar disso, inúmeras dúvidas já surgem na população sobre a eficácia e segurança da vacina, principalmente com relação aos grupos de risco. Médicos e idosos, por exemplo, já fazem parte dos primeiros grupos que irão receber as vacinas. No entanto, as grávidas, que também fazem parte do grupo de risco, ainda não aparecem nos calendários de imunização, o que levanta a dúvida: afinal, gestantes podem receber a vacina contra a COVID-19? Segundo a Dra. Eloisa Pinho, ginecologista e obstetra da Clínica GRU, essa pergunta é difícil de ser respondida. “Isso porque os testes de eficácia realizados em todas as vacinas atualmente em desenvolvimento não contemplaram gestantes. Por isso, não se sabe se a aplicação do imunizante contra a COVID-19 nesse grupo é seguro ou pode causar algum tipo de complicação. E o mesmo vale para lactantes e mulheres na fase pós-parto”, explica a médica.
De acordo com a especialista, para que a vacina seja aplicada em gestantes não é preciso apenas que sua eficácia contra o coronavírus seja comprovada. É necessário que o imunizante seja considerado seguro para esse grupo, isto é, seja comprovado que não possui risco de causar problemas como abortos, má formação do feto e partos prematuros. “Nesse momento, as gestantes não devem tomar a vacina, só no fim da amamentação do bebê ou depois de mais avaliações, comprovando a segurança do imunizante especificamente nesse grupo”, destaca a obstetra. As tentantes não devem engravidar até o início da vacinação e a aplicação das duas doses da vacina. “Mas, se engravidar após o início da vacinação e no intervalo das doses, melhor aguardar o parto e a criança parar de mamar, para se vacinar ou a última dose.”
Então, até que novos testes de segurança da vacina sejam realizados nesse grupo, o que ainda deve demorar, as gestantes precisam manter todos os cuidados de prevenção contra o Coronavírus, incluindo o distanciamento social e o uso de máscaras, além de também adotarem medidas para potencializar a imunidade. “Para as gestantes o sistema imunológico é fator primordial, pois, ele é menos agressivo para evitar ter a criança como um estranho, ficando menos eficiente no combate a agentes patógenos e, consequentemente, mais com mais possibilidades de complicações”, destaca a médica. “Então, procurar tomar muito líquido, menos estresse, dormir o melhor possível e exercícios físicos orientado por seu médico.”
Porém, as gestantes que desejam potencializar o sistema de defesa, devem focar principalmente na alimentação, que é indispensável para o bom desempenho do sistema imunológico. “Uma boa alimentação é importante e fundamental para a qualidade do sistema imunológico”, afirma a Dra. Marcella Garcez, “Os alimentos importantes para comer devem ser ricos em nutrientes, como cenoura e abóbora, nas frutas cítricas, a Vitamina B6, que pode ser ingerida por meio de cereais e sementes, e o Selênio, encontrado em alimentos como ovos, castanha do Pará e oleaginosas”, recomenda a nutróloga.
Mas vale lembrar que a suplementação de qualquer nutriente não deve ser realizada sem supervisão médica, especialmente no caso de gestantes. “A vitamina D, por exemplo, oferece risco de intoxicação, que, apesar de ser rara e exigir doses muito altas, é possível, grave e cada vez mais frequente”, completa a Dra Marcella. Por isso, caso você tenha qualquer dúvida sobre imunidade, suplementação, coronavírus ou a vacina durante a gravidez, o mais importante é que você consulte seu obstetra. “Apenas o médico especializado poderá solucionar corretamente todas as suas dúvidas e recomendar as melhores maneiras de manter você e o seu bebê em segurança”, finaliza a Dra Eloisa Pinho.