No mês de incentivo ao aleitamento materno, a Consultora Internacional de Lactação Cinthia Calsinski explica os benefícios da prática e dá dicas para as mamães
Todo agosto é conhecido como o mês Dourado por conta das campanhas de incentivo ao aleitamento materno. Mais do que uma forma de alimentação do bebê, o aleitamento é essencial para a saúde e bem-estar da criança e também para a criação do vínculo mãe-bebê.
“Temos evidências científicas sobre vários benefícios do aleitamento, como prevenção contra doenças, desenvolvimento do sistema imune, prevenção de alergias respiratórias, de pele e alimentares, maior QI quando comparado a bebês não amamentados, prevenção da mortalidade infantil, proteção contra leucemias, estimula o bom crescimento da arcada dentária assim como respiração nasal… e muitos outros benefícios!”, explica Cinthia Calsinski, Enfermeira Obstetra e Consultora Internacional de Lactação.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a recomendação é de aleitamento materno exclusivo até os seis meses e complementar à dieta saudável para a idade até os 2 anos ou mais.
Desafios da amamentação
Campanhas de incentivo como as que acontecem anualmente no mês de agosto são importantes porque é comum as mulheres deixarem de amamentar o bebê antes do indicado ou optarem por fórmulas prontas e uma introdução alimentar precoce por conta de alguns desafios encontrados nesse processo.
“As duas maiores dificuldades durante a amamentação são a dor para amamentar decorrente de pega incorreta e a baixa produção de leite, que pode ter como fator causal também a pega incorreta”, continua a enfermeira.
Além disso, existem mulheres que não conseguem amamentar por múltiplos fatores, como a falta de uma rede de apoio que a sustente para um aleitamento exclusivo em livre demanda, acesso a profissionais atualizados e que saibam manejar as dificuldades do aleitamento, falta de informação… A lista é longa.
“Por isso, o melhor preparo é a informação de qualidade – não é necessário preparar os mamilos para amamentar, o uso de buchas, a questão da exposição ao sol, o uso de cremes e pomadas, nada disso é indicado atualmente”, diz.
Outro ponto importante é aprender a lidar com a culpa ao não conseguir amamentar. Além de buscar informar-se sobre o assunto, contar com o auxílio de profissionais capacitados é essencial nesse processo. Para muitas mulheres, apenas compreender que elas deram o seu melhor e esgotaram todas as alternativas leva a uma experiência diferente do que em situações contrárias.
4 dicas para facilitar e prolongar o aleitamento
Com a campanha deste ano em mente e buscando facilitar o trabalho para as mamães, a enfermeira listou 4 dicas essenciais para o bom aleitamento materno.
1.Informe-se ainda na gestação
Não espere o bebê nascer para aprender sobre amamentação. Antecipe-se para entender sobre os conceitos de pega correta, livre demanda, bicos artificiais e outros relacionados ao tema, e reserve o tempo pós-parto para resolver com as dificuldades encontradas na aplicação desses conceitos.
2.Pega correta, pega correta, pega correta!
Esse mantra é essencial para facilitar o processo de amamentação. Um bebê que pega direito no peito faz uma boa extração do leite, ganha peso corretamente, faz xixi e cocô diariamente… Por outro lado, o bebê que não tem essa pega não se alimenta direito, não ganha peso e costuma ficar irritado, além de passar horas no seio, o que pode gerar desconfortos e machucados para a mãe.
3.Pratique a livre demanda
Que não tem nada a ver com passar o dia inteiro com o bebê no seio! Isso significa alimentar o bebê quando ele solicita, sem intervalos rígidos – assim como acontece com os adultos e as crianças, que comem quando têm fome, respeitando o ciclo da saciedade.
4.O desmame é sempre gradual
Dessa forma, tanto o bebê, quanto o corpo da mãe, se adaptam gradualmente ao número de mamadas diárias, tornando esse processo mais tranquilo.
A semana mundial de aleitamento materno acontecerá entre os dias 1 e 7 de agosto de 2022 com o tema: ‘Step up for Breastfeeding:fv c Education And Support’, ainda sem tradução oficial para o português.
Autoria: Cinthia Calsinski Enfermeira Obstetra
- Enfermeira Graduada pela Universidade Federal de São Paulo-Unifesp
- Mestre em Enfermagem pela Universidade Federal de São Paulo-Unifesp
- Doutora em Enfermagem pela Universidade Federal de São Paulo-Unifesp
- Enfermeira Obstetra pelo Centro Universitário São Camilo
- Consultora do Sono Materno-Infantil formada pelo International Maternity e Parenting Institute (IMPI)