Coordenadora do curso de Psicologia da Anhanguera dá orientações sobre como lidar com conflitos entre filhos pequenos
O período de férias acentuou um problema comum em famílias com crianças pequenas: as brigas entre irmãos. Os conflitos entre os pequenos são naturais e fazem parte do processo de aprendizagem para relações interpessoais e desenvolvimento. Compreender os motivos dos atritos é importante para que os pais ou tutores possam intervir de maneira saudável nessas situações e estimular a reflexão o diálogo entre os filhos.
De acordo com a coordenadora da clínica-escola de Psicologia da Faculdade Anhanguera, professora Patrícia Fernanda Barbosa Dutra, as experiências relacionais entre irmãos representam parte das vivências sociais da vida infantil. “A interação entre eles é explorada tanto nas questões de apoio emocional e em brincadeiras, quanto nas disputas por espaço ou por atenção”, afirma a docente.
A maioria dos conflitos ocorre quando uma ou as duas crianças compartilham algum tipo de incômodo emocional, geralmente relacionados à capacidade de suportar frustrações de cada um. Até os 6 anos, as noções de socialização e de propriedade estão sendo construídas e é possível que haja desentendimentos na disputa por espaços ou brinquedos. Ainda antes dos 10 anos, os jovens podem apresentar dificuldades para desenvolver a empatia e lidam com problemas envolvendo deboches, gozações e provocações.
Os adultos podem intervir, com o objetivo de oferecer apoio na reflexão sobre o episódio, além de auxiliar os irmãos a desenvolverem compreensão sobre as emoções mútuas e a encontrarem estratégias e alternativas viáveis para a resolução dos conflitos. Segundo a psicóloga, o ideal é permitir que o problema seja resolvido pelas próprias crianças, com incentivo à comunicação e ao reconhecimento dos sentimentos experimentados. “Dessa forma, é possível proporcionar aprendizagem e um bom desenvolvimento”, considera.
CHEGADA DOS CAÇULAS
Um dos exemplos clássicos de conflitos dentro de casa acontece quando o primogênito sente ciúmes do caçula recém-chegado. A professora da Anhanguera explica que a insegurança causada por mudanças drásticas é um dos principais fatores que levam a criança a apresentar hostilidade, portanto, as crianças devem ser preparadas para receber os novos irmãos.
A situação pode ser amenizada ao incluir a filha ou filho mais velho na expectativa da vinda do bebê, como convidá-los para decoração do quarto ou compra de roupas, por exemplo, além de estabelecer uma parceria propondo a partilha de tarefas para quando o novo membro da família chegar. “Uma gama de sentimentos é despertada durante esse processo e a comunicação é a melhor forma para lidar com essa fase. O auxílio de um profissional qualificado pode facilitar a transição”, afirma a docente.
Fonte: Anhanguera Fundada em 1994, a Anhanguera já transformou a vida de mais de um milhão de alunos, oferecendo educação de qualidade e conteúdo compatível com o mercado de trabalho em seus cursos de graduação, pós-graduação e extensão, presenciais ou a distância.