Limitar o uso de telas das crianças durante as festividades pode ser uma tarefa divertida
A infância é um período muito importante de crescimento e maturidade da criança. Todo o corpo, e especialmente a estrutura do cérebro, está em processo de modelagem e desenvolvimento, e, portanto, é mais sensível a estímulos externos, incluindo a exposição a telas.
A defesa de educadores, psicólogos e outros profissionais por mais cuidado e moderação dos meios eletrônicos durante esse período não é novidade. Durante a infância, as crianças estão mais suscetíveis a desenvolver hábitos e comportamentos a partir de suas experiências precoces.
Tanto é verdade que se compararmos as sensibilidades dos adultos de hoje, que não tiveram acesso a tanta tela na infância com as crianças, estes têm maior consciência para gerenciar o tempo e o conteúdo consumido, ou seja, conseguem fazer o paralelo entre o tempo de tela saudável e o vício.
Já as crianças, por ainda não estarem completamente desenvolvidas, possuem maior propensão ao desenvolvimento de vício em telas, isso porque, acontece a liberação de hormônios e neurotransmissores relacionados a vício. Com o passar do tempo, crianças expostas a telas em excesso tem sua capacidade de se comunicar, socializar e se engajar em atividades saudáveis fora das telas afetadas.
É nas interações com o ambiente, professores e pais que as crianças percebem seu potencial para ampliar suas habilidades físicas, cognitivas, emocionais e sociais. Em meio a tantas transformações digitais e apegos às telas, é essencial para um crescimento saudável para as crianças a descoberta da magia das tradições culturais, especialmente quando se trata da celebração do Carnaval.
“Este ano, encorajamos pais, educadores e a comunidade em geral a promoverem uma experiência mais enriquecedora para as crianças, com menos dependência de telas e mais ênfase na expressão criativa através de fantasias”, encoraja a diretora da escola Interpares de Curitiba (PR), Dayse Campos.
O Carnaval, por ser uma festividade repleta de cores, música e alegria, oferece várias oportunidades para as crianças explorarem sua imaginação e desenvolverem habilidades essenciais de socialização e expressão.
Segundo ela, ao lidar com situações do mundo real, os alunos aprendem a tomar decisões com mais autonomia e a assumir responsabilidades no autocuidado e no cuidado com os demais.
“Ao invés de se prenderem a dispositivos eletrônicos, convidamos as famílias a dedicarem tempo à confecção de fantasias caseiras, incentivando a criatividade e o trabalho em equipe”, explica a diretora.
A confecção de fantasias envolve a escolha de temas, seleção de materiais e a aplicação de habilidades manuais. Cortar, colar, costurar e enfeitar as fantasias contribuem para o aprimoramento das habilidades motoras das crianças, sendo uma atividade prazerosa e educativa
A participação conjunta na elaboração das fantasias proporciona momentos significativos de união familiar, fortalecendo laços afetivos e criando memórias duradouras.
“Ao vestirem suas próprias criações, as crianças têm a oportunidade de expressar sua individualidade e personalidade, promovendo uma autoestima positiva. Participar de eventos carnavalescos locais, interagindo com outras crianças e adultos, promove uma forma saudável de socialização, contrastando com a passividade muitas vezes associada ao uso excessivo de dispositivos eletrônicos”, explica Campos.
É importante lembrar que um carnaval e uma infância sem telas não precisa ser uma proibição total, mas sim um equilíbrio saudável entre o uso de dispositivos eletrônicos e outras atividades importantes para o desenvolvimento infantil. “Vamos juntos criar um Carnaval cheio de cor, alegria e, acima de tudo, uma celebração que valorize a imaginação e a criatividade das nossas crianças”, finaliza a diretora
Fonte: Diretora da escola Interpares de Curitiba (PR), Dayse Campos.