Antes de relacionar a chegada do inverno à queda da imunidade, vamos entender como funciona o sistema imunológico. Ele é dividido em dois tipos de imunidade, com duas respostas: a imunidade inata e a adquirida. A imunidade inata é a primeira linha de defesa do organismo, desde o nascimento. É uma resposta limitada aos estímulos ao corpo, não específica e rápida. Já a imunidade adquirida é reforçada pela convivência com agentes infecciosos e sua resposta à infecção aumenta em magnitude a cada exposição sucessiva ao mesmo invasor.
Muitos agentes infecciosos se apresentam de forma diferente a cada novo contato ou seja, a capacidade de mudar sua estrutura. Essa é a razão pela qual estamos sempre vulneráveis a infecções virais como resfriados e gripes. Para “enganar” nosso sistema imunológico alguns parasitas também são capazes de sofrer mutações. Cada mudança na forma dos parasitas ou vírus começa um novo ciclo de identificação e resposta imunológica.
É interessante entender que a imunidade pode ser reduzida nos dias mais frios. A baixa umidade e queda de temperatura, marcas do inverno, estão relacionadas ao crescimento significativo na assiduidade de infecções virais do sistema respiratório, como gripe e o resfriado comum, pneumonia, e também atualmente a COVID-19.
Alguns motivos são responsáveis pelo aumento da frequência de infecções virais do sistema respiratório, tais como: aumento da circulação de vírus respiratórios, pois as baixas temperaturas aumentam a sobrevivência e a transmissibilidade destes; há redução dos mecanismos de defesa naturais do sistema respiratório, aumentando o risco de infecções e existe a tendência à aglomeração e a permanência em ambientes fechados, que facilitam a maior circulação e transmissão desses agentes, que podem ser transmitidos tanto pelo ar como pelo contato das mãos com superfícies contaminadas.
Importante salientar que o período de queda de temperatura e de baixa umidade faz com que os cílios da área traqueobrônquica trabalhem mais devagar e provoca um ressecamento das mucosas, o qual facilita a penetração de vírus ou bactéria.
Como a alimentação saudável pode ajudar
É necessário que nutrientes apropriados (como carboidratos, proteínas, gorduras, vitaminas, minerais e fibras) sejam ingeridos na quantidade e qualidade corretas pelo indivíduo, para que as diversas células do sistema imunológico funcionem de maneira adequada.
O contrário também é verdadeiro: a alimentação inadequada e deficiente em nutrientes pode contribuir para a queda do sistema imunológico. Quando se fala, em alimentação saudável e equilibrada, se pensa em uma variedade de alimentos que devem ser inseridos na rotina alimentar, como as fontes de fibras, vitaminas, minerais e fitoquímicos, encontrados em frutas, verduras e legumes; os carboidratos, tais como batata doce, mandioquinha, mandioca, arroz integral; as gorduras de boa qualidade, como as castanhas, sementes, abacate, azeite de oliva extra virgem; e as proteínas, com destaque para o ovo.
Os benefícios do ovo
Com alto valor biológico como carnes vermelhas e frangos, o ovo possui uma excelente qualidade proteica (fornecendo todos os aminoácidos essenciais), fato que lhe permite ser um alimento substituto de outros, fornecendo vitaminas (riboflavina, vitamina E, vitamina B6, vitamina A, ácido fólico, colina, vitamina K, vitamina D e vitamina B12), minerais (zinco, cálcio, selênio, fósforo e ferro), ômega-3 e compostos ativos (luteína e zeaxantina), nutrientes que participam na manutenção do sistema imunológico. Dessa forma, o ovo, sem dúvida, deve estar entre um dos alimentos preferidos pela sua composição nutricional, em especial, os que são enriquecidos com vitamina E, selênio e ômega 3 e os orgânicos.
O ideal é que seja consumido com a clara e a gema, que se complementam nutricionalmente. Como opções saudáveis para o preparo dos ovos, usar azeite de oliva extra virgem, óleo de gergelim ou de abacate, são boas fontes de ácido graxo ômega 9, ricos em ácido graxo monoinsaturado.
O ovo reúne ainda outros atributos já conhecidos: proteína de preço acessível, pode ser usado em variadas preparações alimentares, é prático, naturalmente colorido e seguro sanitariamente. Diante de tantos benefícios, só não podemos esquecer que o ovo é um importante aliado para fortalecer o sistema imunológico, mas não é o único. Alimentação saudável, exercício físico, sono adequado, controle do estresse e hidratação não podem ser deixados de lado.