Inseminação Artificial Caseira: Conheça os Riscos Dessa Prática

Especialista alerta que a técnica, que consiste na inserção caseira de sêmen no útero da mulher, não é regulamentada e pode causar prejuízos à saúde, além de trazer implicações jurídicas quanto à guarda da criança.

Com o avanço das pesquisas e tecnologias, os tratamentos de reprodução humana, como a inseminação artificial, têm se tornado cada vez mais populares entre casais inférteis e homoafetivos. No entanto, devido ao alto valor agregado desse tipo de procedimento, parte desse público passou a buscar soluções mais baratas para conquistar o sonho de ter um filho. E, nesse sentido, uma opção cada vez mais procurada é a inseminação artificial caseira. “O que é inseminação artificial caseira? Normalmente feita por pessoas leigas, elas coletam de um doador o esperma e introduzem na mesma hora no útero da mulher por meio de instrumentos como seringas durante o período fértil para aumentar as chances de concepção”, explica o Dr. Rodrigo Rosa. No entanto, o médico ressalta que a prática não é isenta de riscos.

Na verdade, o principal risco da prática é com relação à saúde da mulher e até mesmo do bebê, visto que, em grande parte dos casos, o sêmen do doador não é testado, assim podendo transmitir uma série de doenças, incluindo HIV, sífilis e hepatites. “ Ainda que o doador passe por exames de sorologia antes da inserção do sêmen na mulher, o risco de IST’s continua a existir”, alerta o especialista. “ O uso e espéculos e das seringas por pessoas leigas, que não possuem conhecimento anatômico do sistema reprodutivo da mulher, ou seja, inseminação propriamente dita também pode ser prejudicial, pode causar ferimentos durante o procedimento, além de infeções por fungos e bactérias devido a esterilização incorreta desses instrumentos”, ressalta.

Além disso, a inseminação artificial caseira também possui implicações jurídicas, afinal, essa prática não é regulamentada, o que pode dificultar na hora dos pais registrarem a criança, principalmente no caso de casais homoafetivos do sexo feminino. “Futuramente o doador do sêmen poderá requerer a paternidade da criança, sendo necessário então que a mulher tentante busque suporte jurídico para se prevenir dessas situações”, afirma o Dr. Rodrigo.

Existem ainda grandes chances do procedimento não ser bem-sucedido na primeira tentativa, sendo necessário então que a mulher realize todo o processo novamente, o que aumenta os riscos à saúde.

Logo, o recomendado é que casais que não são capazes de ter filhos por conta própria evitem colocar sua saúde em risco e busquem por um especialista em reprodução assistida para verificar suas opções para engravidar, como por meio de procedimentos como a inseminação artificial e a fertilização in vitro ou antes buscar tratamento da condição causadora da infertilidade.

Dr. Rodrigo Rosa

Ginecologista obstetra especialista em Reprodução Humana e sócio-fundador e diretor clínico da clínica Mater Prime, em São Paulo. Membro da S...

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