A magia que envolve o Natal e a crença na figura do Papai Noel dão à infância um sabor especial e podem fazer muito bem às crianças
Especialistas afirmam que acreditar no bom velhinho pode ser importante para o desenvolvimento infantil, pois a crença no Papai Noel nada mais é do que uma fantasia que contribui para o desenvolvimento das crianças, fazendo parte da construção da identidade e auxiliando na compreensão da realidade em que vivem. Apesar disso, alguns pais questionam se devem ou não estimular essa crença desde cedo. De acordo com a psicóloga educacional dos colégios da rede Positivo, Maria Luisa Graciosa Birro, essa é uma decisão individual que depende das crenças e princípios do núcleo familiar. “Os responsáveis devem incentivar aquilo que faz sentido para a família, de acordo com seus valores”, afirma. Ao mesmo tempo, é importante destacar que as fantasias devem ser incentivadas, uma vez que estimulam o raciocínio e a criatividade das crianças.
À medida que elas crescem, começam a observar detalhes que as levam a questionar a existência do Papai Noel. É nesse momento que os pais se perguntam o que fazer. Maria Luisa destaca que é esperado que as crianças expressem curiosidade e questionem sobre a existência do Papai Noel em algum momento. Para ela, é crucial que esse questionamento seja acompanhado por uma conversa tranquila e sincera por parte dos responsáveis, acolhendo os questionamentos e legitimando a curiosidade da criança. “Este é um momento oportuno para falar sobre como surgiu a figura do Papai Noel e os valores simbólicos que ele representa para aqueles que cultivam essa crença”, afirma.
O momento da verdade gera apreensão em alguns pais, receosos de que a revelação cause tristeza ou sensação de lacuna interior nas crianças. Para evitar isso, a psicóloga orienta os responsáveis a resgatar e reforçar para a criança todos os significados que a figura do Papai Noel possui. “Reforce que ele representa a união da família, a confraternização, a partilha e as memórias adquiridas. Os pais devem demonstrar que esses valores perduram, independentemente da presença física do Papai Noel”, aconselha.
Também é comum alguns pais se sentirem em dúvida sobre se há uma idade específica em que a criança deve deixar de acreditar no Papai Noel. Para a especialista, considerando a importância de as crianças vivenciarem histórias e rituais simbólicos e imaginativos, não há um momento exato. “Cada uma terá seu próprio tempo. Descobrir que o Papai Noel não existe de maneira concreta representa uma fase significativa do amadurecimento, e respeitar a individualidade e a curiosidade de cada um é fundamental nesse processo”, acrescenta.
Algumas crianças, ao descobrirem a verdade, podem se sentir enganadas, o que pode gerar um sentimento de indignação. A psicóloga destaca que isso pode ser desafiador, provocando diversas emoções. “A fantasia é uma ferramenta fundamental no desenvolvimento infantil. Por meio dela, as crianças aprendem a distinguir o que é real e o que é fruto da imaginação. Elas precisarão de um tempo para entender melhor essa fase, e os pais devem validar os sentimentos gerados nesse momento, evitando considerar as crenças como verdades absolutas para facilitar esse processo”, orienta.
Segundo Maria Luisa, no caso de existirem irmãos mais novos que ainda não passaram por essa fase de questionamentos, a família não deve deixar de incentivar e vivenciar a crença junto à criança mais nova. “Deve-se considerar o tempo da criança que ainda está vivenciando essa fantasia. Tal situação pode ser aproveitada para orientar os mais velhos sobre temas como respeito, camaradagem e confidência”, conclui.
Fonte: Psicóloga educacional dos colégios da rede Positivo, Maria Luisa Graciosa Birro – O Colégio Positivo compreende sete unidades na cidade de Curitiba, onde nasceu e desenvolveu o modelo de ensino levado a todo o país e ao exterior.