Hospital Paulista tira todas as dúvidas sobre o Implante de Próteses Auditivas Ancoradas no Osso
A surdez pode ser definida como a dificuldade ou impossibilidade de captar, conduzir ou perceber os estímulos sonoros do ambiente. Com diferentes tipos e graus, pode trazer diversos danos à qualidade de vida das pessoas, impactando a comunicação e relações interpessoais.
Hoje em dia, no entanto, graças aos avanços científicos e tecnológicos, existe uma série de tratamentos e procedimentos que auxiliam na redução destas dificuldades, possibilitando que deficientes auditivos tenham mais autonomia na comunicação. Uma dessas opções é o Implante de Próteses Auditivas Ancoradas no Osso, uma cirurgia realizada em poucos minutos e capaz de devolver o acesso aos sons ambientes e de fala.
A fonoaudióloga Sabrina Figueiredo, do Hospital Paulista de Otorrinolaringologia, explica que a prótese, de titânio, é fixada cirurgicamente no osso temporal — atrás da orelha. “É um procedimento que tem ajudado milhares de adultos e crianças em todo o mundo a se comunicarem melhor. Esse dispositivo faz a tradução do som acústico para estímulos mecânicos, e, por meio destas vibrações, o sinal é conduzido pela via óssea até o órgão auditivo interno – a cóclea”, ressalta.
Segundo a especialista, o implante é indicado quando o uso de soluções convencionais, como aparelhos auditivos de amplificação sonora individual, não é possível. A rejeição pode a estes aparelhos pode acontecer por diversos motivos, dentre eles alteração anatômica, otite média crônica e surdez unilateral, entre outros.
Vantagens
Sabrina explica que o uso do dispositivo pode ser iniciado na primeira infância, logo que a perda auditiva (tipo condutiva ou mista) é diagnosticada. Nestes casos, ao invés do procedimento cirúrgico, o uso é feito através de um aparelho — processador externo –, que é posicionado na criança por meio de uma faixa elástica que segura o dispositivo.
“Ele capta os sons do ambiente e transmite para o ouvido por vibração. Dessa forma, o bebê pode ter acesso aos sons e desenvolver a fala e linguagem oral.”
A cirurgia, por sua vez, é indicada quando a calota craniana — parte de cima do osso do crânio — chega à espessura segura para o procedimento cirúrgico, o que costuma acontecer quando a criança já tem cerca de 5 anos.
Uma das grandes vantagens é a possibilidade do teste antes da cirurgia, para que o paciente conheça o benefício do dispositivo. “Ele tem a possibilidade de experimentar e simular o real ganho auditivo antes da cirurgia”, explica a fono.
Procedimento
A cirurgia é realizada por meio de uma pequena incisão de aproximadamente 4 cm atrás e acima da orelha, na região do couro cabeludo. A duração média do procedimento é de aproximadamente 30 minutos e os pontos ficam escondidos pelo cabelo, podendo ser retirados em 10 dias.
Após o implante, o processador pode ser ativado em cerca de seis semanas, para pacientes adultos, e em torno de três meses, em casos de crianças. “O período é necessário para ocorrer a adequada fixação do implante de titânio no osso, chamada de osseointegração.”
Sabrina destaca que, hoje em dia, os dispositivos auditivos implantáveis dispõem de tecnologia avançada, possibilitando ajustes, conectividade e transmissão direta dos sons por Bluetooth, similares aos fones de ouvido. “O resultado pode ser simulado pelo teste pré-operatório. No Hospital Paulista, são realizadas avaliações para este tipo de dispositivo e demais soluções auditivas para todos os tipos e graus de perdas que impactem negativamente na comunicação e qualidade de vida das pessoas”, finaliza a especialista.