Como ajudar a criança? Terror Noturno e Pesadelo

Os distúrbios do sono nem sempre são os mesmos e devem ter atenções diferentes dos pais

Mesmo a noite o cuidado com os filhos é algo constante na vida dos pais e basta uma perturbação no sono da criança para que eles fiquem atentos. Gritos desesperados e choros inconsoláveis durante o repouso são alguns sintomas do terror noturno e podem assustar os responsáveis, a parassonia (transtornos comportamentais que ocorrem durante o sono) é muito frequente em crianças, principalmente entre os dois e cinco anos de idade, e algumas vezes confundidos com pesadelos.

De acordo com a consultora do sono Renata Federighi , o terror noturno acontece na primeira metade da noite, antes do sono REM, estágio em que as crianças sonham. “É importante diferenciar os distúrbios. Durante as crises, os pequenos podem gritar, chorar, conversar, se debater, abrir os olhos e até sentar na cama, tudo isso sem despertar, e não terão consciência do acontecido no dia seguinte. Já o pesadelo acontece nas horas finais do sono e as crianças conseguem acordar e se lembrar do que estavam sonhando”, explica.

Em geral, o problema assusta mais os pais do que os próprios pequenos, e, normalmente, os episódios desaparecem conforme a criança cresce. “As causas ainda não são conhecidas, mas podem estar relacionadas à um estímulo grande do sistema nervoso central durante o sono, que aconteceria porque as suas células ainda não estão maduras, por isso as crises tendem a desaparecer por completo conforme o desenvolvimento dos pequenos”, destaca a consultora.

Algumas outras situações podem desencadear a crise, como privação do sono, cansaço extremo, febre, presença de luzes e barulhos, distúrbios respiratórios (como a apneia obstrutiva do sono), entre outras coisas.

Quando se trata de terror noturno, os pais ainda podem tomar alguns cuidados com os filhos. “Não é necessário acordar a criança durante o episódio para evitar que ela se assuste ou fique muito confusa com o que está acontecendo. Deixe o ambiente seguro, com as janelas fechadas ou protegidas por redes, sem fios que possam enroscar ou objetos que quebrem por perto, caso apresente sintomas como se debater e levantar”, orienta a especialista.

Outros dois distúrbios, que estão na mesma classificação do terror noturno e demandam os mesmos cuidados são o sonambulismo e o despertar confusional. Todos acontecem na fase inicial do sono.

Diferente do terror noturno, no caso dos pesadelos é uma excelente opção conversar com a criança sobre o ocorrido, já que ela se lembra do que aconteceu durante a noite. “Esse é o momento para os pais se solidarizarem com os filhos, confortar e explicar que o sonho está só na cabeça dele”, sugere.

Outros cuidados como evitar que a criança fique muito estressada ou cansada demais, estabelecer uma rotina regular para o sono, com horários regrados para dormir e acordar, adotar ambientes escuros e silenciosos, usar travesseiros adequados ao seu biótipo e postura, além de acordar durante a noite para se certificar que o pequeno está descansando bem, também podem contribuir para o sono das crianças e evitar o terror noturno. Se esses episódios forem recorrentes e não sumirem com o tempo, é importante que os pais procurem orientação médica.

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