A validação das emoções é a chave, explica especialista
A raiva é uma emoção que acompanha as pessoas ao longo de toda a vida. Senti-la é natural e saudável, já que a sua repressão pode ter efeitos negativos na saúde. As crianças são muito boas em expressá-la, mas isso porque, até os cinco anos de idade, ainda não possuem a capacidade de explicá-la com palavras ou de regularem as suas emoções.
“A expressão da raiva pode ser um desafio para os pais, porque eles interpretam o que chamamos de birra como uma desobediência ou uma afronta pessoal à sua autoridade. Então, com a intenção de trabalhar com os limites, tendem a repreender a criança de uma forma que não a ajuda a lidar com as emoções que está sentindo no momento e que muitas vezes, ainda não sabe nomear”, pontua a coordenadora da Educação Infantil do Colégio Marista Santa Maria, Ana Paula Detzel.
A raiva pode vir de várias situações; de uma negativa para o pedido de comer doce antes do jantar a uma briga com o irmão em que a criança se sentiu injustiçada. Sem saber usar as palavras para explicar sua frustração e sem a habilidade de controlar seus impulsos, ela pode expressar isso na forma de gritos, chutes, mordidas ou tapas.
“Além de buscar entender os motivos pelos quais as atitudes agressivas ocorrem, ocorre, é importante que os pais estejam cientes que é seu papel ensinar os pequenos a lidar com esse sentimento”, expõe a coordenadora.
Ensinando as crianças a respirarem fundo
Existem várias atitudes que, se tomadas pelos pais, podem transformar as situações em que seus filhos manifestam irritação. Ana Paula Detzel ensina algumas delas:
- Valide a emoção: deixe claro para a criança que está tudo bem ela estar com raiva (se você souber o motivo, pode citá-lo para que se sinta compreendida). Isso é importante para que ela não fique com a sensação de que precisa esconder suas emoções.
- Saiba colocar limites: enquanto está tudo bem sentir raiva, é importante enfatizar que comportamentos como bater nos irmãos ou colegas podem machucar, então precisam ser evitados.
- Estimule o uso da linguagem: usar as palavras para explicar os sentimentos e emoções é uma habilidade que precisa ser aprendida e construída. Em momentos de irritação, converse com a criança em um lugar calmo e tente fazê-la verbalizar o que sente.
- Busque uma solução: não é preciso deixar a criança lidar com a sua própria frustração sozinha, e ajudá-la a superá-la e seguir em frente pode ser mais benéfico. Para isso, vocês podem, juntos, encontrar uma distração, alternativa ou um meio termo para o que causou a irritação. Se ela não puder tomar sorvete porque está gripada, por exemplo, é possível encontrar um outro alimento que a agrade.
Além de atitudes que podem ajudar os pequenos a lidarem com essa emoção, os pais podem apresentar conteúdos com esse intuito, como livros. Algumas opções são “Sentir-se furioso”, de Molly Wigand; “Inspira, expira, não pira: 40 exercícios de respiração e relaxamento para crianças”, de Juliana Carreiro e Geany Lontra e “Eu e meus sentimentos”, de Vanessa Green Allen
Fonte: Colégios Maristas estão presentes no Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso do Sul, Paraná, Santa Catarina e São Paulo com 19 unidades.