Como proteger bebês e crianças das picadas de insetos – parte 4

Conheça dois repelentes que poderão ajudar as crianças a superar as picadas de insetos, inclusive o da dengue

Até que enfim, deu uma esfriada, ou pelo menos uma “desesquentada” (se é que isso existe, né?). E com isso até que os insetos deram uma trégua. Médio. Nem é bem assim.

No artigo anterior falamos sobre o DEET.

Hoje vamos tentar abordar os outros dois repelentes que podem ajudar as crianças a superarem essa fase “quase” ilesos.

 

Icaridina

A Icaridina (ou KBR 3023 – 1-piperidinecarboxylic acid, 2-(2-hydroxyethyl)-1-methylpropylester), um dos repelentes mais eficientes atualmente, derivado da pimenta, tem ação comparável a concentração de 15 a 50% de DEET.

10% – proteção até 10 horas (infantil – para maiores de 2 anos de idade)

25% – proteção até 10 horas (infantil – para maiores de 2 anos de idade)

25% – (extreme) – proteção de até 10 horas (maiores de 10 anos).

50% – proteção de até 5 horas (acima de 12 anos)

Pode-se aplicar a icaridina sobre as roupas (assim como o DEET) e sua proteção prolongada permite uma menor necessidade de repetição de aplicação.

A recomendação de não aplicação abaixo de 2 anos de idade que vem especificada pelo fabricante não se deve à toxicidade, mas sim à falta de estudos com essa faixa etária.

O produto nacional com a icaridina tem 20% de concentração quando em gel e 25% quando em spray. A recomendação é de se passar de forma a que a proteção seja adequada, lembrando que a sua ação se dá pela nuvem evaporada a uma distância de 4 cm do local da aplicação, a cada 10 horas (ou 5 horas se a temperatura for acima de 30º C).

Pelo sue potencial irritativo em mucosas, deve-se evitar passar perto de olhos, nariz e boca.

Vale a lembrança que perfumes atraem insetos, assim como as roupas escuras e agarradas ao corpo.

Origem (curiosidade)

Esse texto está no Guia dos Curiosos.

“Nos anos 1990, em pleno verão tropical, o exército francês estava em missão na Guiana Francesa, bem perto da divisa com o Amapá. A grande luta não era bélica, mas contra os mosquitos transmissores da malária, que causavam baixas de muitos soldados. O exército francês encomendou a elaboração de um novo repelente, que fosse realmente eficaz contra aqueles insetos. A Bayer desenvolveu a Icaridina. Baseado na criação da Bayer, o laboratório francês Osler e o médico Eric Lundwall, do Hospital Avicennes, de Paris, lançaram um produto. O repelente passou a ser usado pelos exércitos da Alemanha, da Áustria e da Suíça. O produto funcionou e está sendo novamente usado para combater mosquitos tropicais.”

“Paulo Guerra, 49 anos, abriu o escritório do Laboratório Osler em São Paulo há 10 anos. O produto chegou ao Brasil de uma maneira curiosa. “Minha irmã é casada com o criador do medicamento, Eric Lundwall”, conta. “Ela foi fazer doutorado na França, conheceu-o e ele quis trazer o produto para o clima tropical brasileiro.” Guerra começou com dois funcionários e hoje já são 47 colaboradores na empresa. O repelente com Icaridina da Osler vem sendo indicado por médicos como o mais eficaz contra a dengue“.

Leia o texto completo no site Guia dos Curiosos

IR 3535

O repelente IR 3535 (3-[N-acetyl-N-butyl]-aminopropionic acid ethyl ester) já é conhecido na Europa há mais de 20 anos e tem seu uso liberado, com segurança, na concentração de 20%, para gestantes e bebês a partir de 6 meses de idade, mas na França só é liberado para crianças acima de 2 anos e meio de vida.

Seu tempo de ação é curto (até 4 horas), o que faz com que seja necessário aplicar na pele mais vezes do que os concorrentes, para que haja uma eficácia comparável. Alguns estudos ainda mostram proteção média muito reduzida (seis a 23 minutos).

Juntamente com o DEET, esses dois repelentes são considerados os mais eficazes contra a dengue.

Veterano de guerra empunhando uma arma contra os mosquitos - Foto: marcogarrincha/ShutterStock.com

DENGUE

Não conseguiremos acabar com a dengue enquanto os mosquitos não forem adequadamente combatidos e, ao mesmo tempo, não nos protegermos contra a sua picada. Isso sem contar a outra doença causada pela picada do mesmo Aedes – a febre de chikungunya e o Zika vírus que até 2015 não recebia tanta atenção mas que foi apontado como causador do surto de microcefalia em bebês recém-nascidos (bebês que nascem com diâmetro da cabeça abaixo de 33cm).

Leia mais: Conheça 13 dicas importantes sobre aplicações dos repelentes, os nomes e princípios ativos dos produtos à venda no Brasil

Dr. Moises Chencinski

Formado pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo com título de especialista em pediatria pela Associação Médica Brasileira (AM...

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