Criança Pode ou Não Dormir Depois de Bater a Cabeça?

Especialista da Sociedade Brasileira de Neurologia Infantil responde a essa e outras dúvidas 

Saber se a criança pode dormir após a batida é uma dúvida comum entre os pais(Crédito: Freepik)

Uma das situações que causam grande preocupação e muita incerteza nos pais de bebês e crianças é como agir após a batida da cabeça numa queda. O tombo, por si só, já traz preocupações – se machucou, se doeu, sangrou etc –, mas, quando envolve a cabeça, a questão se torna ainda mais séria e o desespero tende a tomar conta.

De acordo com a neuropediatra Ana Carolina Coan, membro da Sociedade Brasileira de Neurologia Infantil (SBNI), a principal orientação é manter a calma e verificar os sinais de alerta antes de tudo. Ela explica que “pensar no mecanismo do acidente e na idade da criança também ajuda” na distinção entre uma lesão leve ou grave. Isso porque, se a batida foi durante um acidente de trânsito, por exemplo, será mais grave do que uma queda da própria altura. “Já em crianças menores de 2 anos, os traumas podem ser ainda mais graves e requerem atenção maior”.

A Sociedade Brasileira de Neurologia Infantil recomenda atenção aos chamados sinais de alerta, antes de uma criança (que tenha sofrido uma queda) dormir. É fundamental observar se houve perda de consciência, se ela está com sonolência excessiva, irritabilidade acima do normal, apatia, confusão, vômitos, dor de cabeça intensa, sangramento na região, rosto, ouvido ou nariz, e se há dificuldade para falar ou se movimentar. Se algumas dessas consequências forem percebidas, buscar atendimento médico imediato e urgente é imprescindível.

“Se não houver esses sinais de alerta e chegar a hora do sono habitual da criança, ela pode dormir. Se esse horário for logo após o trauma, é importante que alguém verifique a criança periodicamente para garantir que esteja no seu padrão de sono normal”, esclarece a neurologista pediátrica.

Em casos que há necessidade de ir ao hospital, as condutas mais importantes do profissional serão obter a história detalhada do que aconteceu e realizar o exame físico da criança. “Exames complementares serão solicitados, dependendo dos dados obtidos nessa avaliação, ponderando entre a real necessidade e os riscos, já que exames de imagem, como a tomografia, emitem radiação”, finaliza a professora doutora de Neurologia Infantil do Departamento de Neurologia da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da UNICAMP.

Fonte: Dra Ana Carolina Coan: neuropediatra, Professora doutora de Neurologia Infantil do Departamento de Neurologia da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas-UNICAMP, e membro da Sociedade Brasileira de Neurologia Infantil (SBNI).

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