No Brasil, o câncer já representa a primeira causa de morte (8% no total) por doença entre crianças e adolescentes de 1 a 19 anos
O dia 21 de março foi instituído pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) e pela Organização das Nações Unidas (ONU), como o Dia Mundial da Infância. A data tem o propósito de conscientizar pais ou responsáveis sobre a importância de garantir o cuidado a saúde, formação social e educacional. E pensando nisso, a Sociedade Brasileira de Pediatria reitera a importância do diagnóstico precoce e os fatores de risco do câncer infantil.
O câncer infantojuvenil corresponde a um grupo de várias doenças, que têm em comum a proliferação descontrolada de células anormais e que pode ocorrer em qualquer local do organismo. Diferentemente do câncer do adulto, é predominantemente de natureza embrionária e os tumores na criança e no adolescente são constituídos de células indiferenciadas, o que, geralmente, proporciona melhor resposta aos tratamentos atuais.
A patologia é considerada uma doença rara, estima-se que seja ao redor 3 % do total de todos os casos. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), espera-se que para cada triênio 2020/2022, sejam diagnosticados no Brasil 8.460 novos casos de câncer infanto-juvenis (4.310 em homens e 4.150 em mulheres). Esses valores correspondem a um risco estimado de 137,87 casos novos por milhão no sexo masculino e de 139,04 por milhão para o sexo feminino. É importante ressaltar que a maioria dos tumores pediátricos não tem caráter hereditário e não tem relação com exposição ambiental.
Ainda segundo o INCA, assim como nos países desenvolvidos, no Brasil, o câncer já representa a primeira causa de morte (8% do total) por doença entre crianças e adolescentes de 1 a 19 anos. Os diagnósticos mais comuns são: leucemia, tumores de sistema nervoso central e linfomas. Também acometem crianças e adolescentes o neuroblastoma (tumor de células do sistema nervoso periférico, frequentemente de localização abdominal), tumor de Wilms (tipo de tumor renal), retinoblastoma (afeta a retina, fundo do olho), tumor germinativo (das células que originam os ovários e os testículos), osteossarcoma (tumor ósseo) e sarcomas (tumores de partes moles).
De acordo com a Oncologista Pediátrica do Hospital Samaritano Higienópolis, Carla Macedo, o diagnóstico precoce, tem impacto direto na chance de cura. “Quando diagnosticado um tumor numa fase inicial, conseguimos diminuir a intensidade do tratamento e diminuir os efeitos colaterais a longo prazo. Hoje, contamos com uma equipe multidisciplinar especializada no câncer infantil na Unidade de Higienópolis. As chances de cura variam de 1% a 90%, dependendo do tipo de tumor e o local onde está localizado. Esta diferença acontece devido ao diagnóstico tardio, falta de informação e acesso a centros especializados.
A especialista chama atenção para os sintomas que são muito semelhantes à de outras doenças da infância como viroses ou traumas. Por isso a importância do acompanhamento pediátrico de rotina. Manchas roxas na pele (hematomas), palidez, dores de cabeça, vômitos, dor abdominal, dores nas pernas, são sintomas que podem estar relacionados com câncer. A persistência dos sintomas deve ser um alerta.
Oncologista Pediátrica do Hospital Samaritano Higienópolis – Dra. Carla Macedo
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