Dia Mundial do Rim: Mitos e Verdades sobre as Doenças Renais 

Perda de apetite, náusea, fraqueza, mal-estar, pressão elevada e emagrecimento são alguns sinais de alerta 

O rim é responsável por limpar todas as impurezas e toxinas do corpo, regular a água e manter o equilíbrio das substâncias minerais do organismo, além de liberar hormônios para manter a pressão arterial e normalizar a produção de células vermelhas no sangue, contribuindo para a ativação da vitamina D, que mantém a estrutura dos ossos. De acordo com a Sociedade Brasileira de Nefrologia, aproximadamente 2,4 milhões de pessoas morrem todos os anos por conta de alguma doença renal. Devido as altas taxas de mortalidade, o Dia Mundial do Rim, comemorado este ano em 9 de março, foi criado pela Internacional Society of Nephrology (ISN) com o objetivo de conscientizar a população sobre a importância do estilo de vida saudável e do diagnóstico precoce. 

A médica Milena Vasconcelos, nefrologista da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, um dos principais hubs de saúde do país e referência no tratamento de doenças renais, esclarece alguns dos mitos e verdades sobre a doença e faz um alerta: “A ISN estima que cerca de 850 milhões de pessoas no mundo são impactadas anualmente por alguma doença renal e, geralmente, os sinais só vêm à tona quando o paciente já perdeu aproximadamente 50% da função dos rins. Por isso, o diagnóstico precoce é a melhor forma de tratar e controlar a evolução da doença”.

Retenção de líquido pode ser sinal de alerta. VERDADE

Os rins são responsáveis por retirar o excesso de líquido, impurezas, toxinas e manter o equilíbrio do organismo. Inchaço constante nas pernas e nos pés pode significar que esse processo não está sendo bem-sucedido e que o corpo, em vez de eliminar, está retendo esse líquido, acumulando água dentro dos tecidos. Essa abundância de água nas células é capaz de gerar problemas na circulação sanguínea, por exemplo.

Urina com sangue e infecções urinárias constantes são situações que sempre indicam a presença de doenças mais graves. MITO

Não necessariamente. A urina com sangue, por exemplo, pode significar uma doença local, uma infecção ou até mesmo cálculo renal, ou pedra nos rins, pequenos cristais na região do trato urinário que causam dor intensa ao urinar. O importante é sempre procurar um nefrologista para avaliar.

Qualquer pessoa pode doar um rim. MITO

Para ser um doador, é necessário ter idade superior a 18 anos e ter um plano de saúde. Pessoas com diabetes, obesidade ou câncer também não podem ser doadoras, já que, apesar de não serem doenças renais, são condições que possibilitam o desenvolvimento de um distúrbio renal futuro. Quem tem doenças infecciosas que possam contaminar quem irá receber o órgão também não estão aptas. Outro ponto importante para um doador é estar física e psicologicamente disposto a passar por um procedimento cirúrgico. Vários exames serão realizados no provável doador, tanto para verificar as condições de saúde, como para certificar a compatibilidade entre doador e receptor.

Doenças renais podem ser hereditárias. VERDADE

Sim, desde doenças mais comuns, como cálculo renal (pedra nos rins) até doenças genéticas renais raras.

É importante realizar exames preventivos anualmente. VERDADE

As doenças renais podem ser silenciosas. Por isso, o ideal é buscar acompanhamento periódico com um nefrologista para a realização de exames de rotina gerais. É imprescindível realizar exames para medir os níveis de creatinina no sangue, visto que esta é uma substância produzida pelos músculos e eliminada pelos rins, quanto mais alta, maior será a gravidade, indicando insuficiência renal. Além disso, o exame de urina e ultrassom dos rins devem ser feitos obrigatoriamente todos os anos em maiores de 40 anos ou em casos de doenças renais na família. Os indivíduos acometidos por diabetes e hipertensão arterial (pressão alta) também devem realizar exames preventivos uma vez por ano. O paciente que apresentar urina com espuma e sangramento deve buscar imediatamente o atendimento médico.

Hemodiálise é o único tratamento disponível. MITO

Dependendo da fase da doença renal, o tratamento pode variar entre uma dieta específica, com medicamentos via oral. Em fases avançadas, o paciente pode ser submetido a procedimentos de hemodiálise, dialise peritoneal, que consiste em filtro natural como substituto da função renal, e transplante de rim. Na BP, contamos com medicações e equipamentos de ponta para auxiliar em todas as fases do tratamento do paciente.

Doenças renais nunca apresentam sintomas. MITO

Depende da velocidade da progressão da doença. Caso a perda da função renal esteja acontecendo rapidamente, os sintomas aparecem de maneira precoce. Porém, se demorar anos para a descoberta da doença, o paciente pode apresentar sintomas apenas quando menos de 10% dos órgãos estiverem funcionando.

Os sintomas geralmente são perda de apetite, especialmente por carnes, náusea, fraqueza, mal-estar, pressão elevada e emagrecimento. A quantidade de diurese (urina) também pode reduzir ou sofrer alteração na coloração e apresentar espuma. Tosse, falta de ar e inchaço também podem ser sintomas recorrentes.

Não há limitações para quem decide doar rim. VERDADE De uma maneira geral, quem doa um dos rins apresenta uma vida normal após o procedimento, sendo aconselhado que o indivíduo faça acompanhamento com um nefrologista.

Posso evitar o desenvolvimento de doenças renais. VERDADE A dica mais importante é o cuidado com as doenças que podem afetar os rins, como diabetes, pressão alta e doenças autoimunes. Também é importante conhecer bem o histórico familiar de doenças renais, fazer um acompanhamento anual dos rins, manter uma dieta equilibrada, reduzir o sal e açúcar, controlar o peso e evitar o fumo, ingestão de bebidas alcoólicas e uso indiscriminado de medicamentos sem orientação médica.

Fonte: Médica Milena Vasconcelos, nefrologista da BP – Beneficência Portuguesa de São Paulo Reconhecida três vezes pela revista Newsweek como uma das melhores instituições de saúde do mundo, a BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo é um hub de saúde de excelência que conta com 7 mil colaboradores e 4 mil médicos atuando em três endereços na cidade de São Paulo, nos bairros da Bela Vista (2 unidades) e Jardim América). O hub também faz parte de um grupo de 6 instituições de excelência brasileiras que integram o Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (Proadi-SUS), do Ministério da Saúde.

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