Se o crescimento não está de acordo com a estatura dos pais, ou há grande diferença entre o desenvolvimento dos ossos e a idade, é importante procurar um especialista para investigar a causa e indicar o tratamento mais adequado
Meu filho está crescendo normalmente? Essa é uma pergunta comum nos consultórios de endocrinologia pediátrica quando o assunto é o desenvolvimento das crianças. De acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria (SPB), monitorar o crescimento é importante, pois ele é um dos indicadores de como está a saúde da criança. O acompanhamento deve começar na barriga da mãe, por meio da ultrassonografia. Após o nascimento, a altura e o peso da criança devem ser verificados pelo pediatra nas consultas de rotina até os 18 anos.
Dra. Ludmila Pedrosa Endócrino Pediatra pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), explica que as causa mais comuns de baixa estatura variam muito com a idade. “Até 2 anos de vida, as causas nutricionais são muito importantes. Após isso, as causas pediátricas (não hormonais) continuam importantes, mas, os motivos endócrinos começam a ficar mais nítidos. De qualquer forma, antes de pensar em transtornos hormonais, devemos sempre descartar outras doenças gerais que podem causar distúrbios do crescimento, como problemas renais e doenças que prejudicam a absorção de nutrientes”. Conta Dra. Ludmila.
Alguns sinais podem ajudar os pais e cuidadores a identificarem que a criança tem problema de crescimento: a criança é menor entre os colegas da mesma idade (é importante lembrar que o crescimento não é igual para todos, pode variar conforme a fase de vida); não “perde” roupas e sapatos.
A média de velocidade de crescimento varia com a idade, sexo e puberdade. A endocrinologista pediátrica explica que no primeiro ano de vida, é de 25 centímetros por ano. De 1 a 3 anos, 12,5cm/ano. De 3 anos até a puberdade, por volta de 5 a 7cm/ano. Na puberdade, as meninas crescem 8 a 10am/ano e os meninos, 10 a 12cm/ano.
É possível calcular a altura alvo da criança, por meio de um cálculo que avalia e ajuda a entender o padrão de crescimento da família. “Para meninos, somamos as alturas dos pais e acrescentamos 13cm. Após, é só dividir por 2. O alvo, gira em torno de 5cm para mais ou para menos desse valor encontrado. Já para meninas, a conta é a mesma, mas subtraímos 13cm.” Explica a médica.
Na prática seria:
1) Menino, pai com 180cm, mãe com 160cm
(altura do pai (180cm) + altura da mãe (160cm) + 13cm) / 2 = 176,5cm
O alvo está entre 171,5cm e 181,5cm.
2) Menina, pai com 180cm, mãe com 160cm
(altura do pai (180cm) + altura da mãe (160cm) – 13cm) / 2 = 163,5cm
O alvo está entre 171,5cm e 181,5cm.
A constatação ou confirmação do distúrbio no crescimento da criança deve ser feita por um especialista. Para auxiliar no diagnóstico são realizados exames de laboratório e testes específicos de crescimento, além de radiografias de mãos e punhos para avaliação da idade óssea, que também ajudam a determinar a altura prevista para cada indivíduo em um determinado momento. “O crescimento é um marcador importante da saúde da criança e do adolescente. É importante avaliar precocemente qualquer alteração de crescimento, para garantir diagnóstico e intervenção adequados, caso necessário”. Finaliza Dra. Ludmila Pedrosa.