Já a falta de sede é comum no processo de envelhecimento
Ausência de sede é um assunto que os pacientes relatam com muita frequência no consultório da endocrinologista Dra. Lorena Lima Amato. Na maioria dos casos, a correria diária faz com que as pessoas se esqueçam de beber água. “Com o envelhecimento, o sistema nervoso central, que ajuda a regular a sede, funciona de maneira pior, de forma que os idosos sentem bem menos sede. Mas no geral, não existe uma doença específica que iniba a vontade de beber água”, explica a especialista.
Já a sede em excesso, pode indicar a presença de algumas doenças, entre elas está o diabetes mellitus, muito prevalente e caracterizado pelo excesso de glicose no sangue. Outra doença que pode estar associada ao excesso de vontade de beber água é o diabetes insípidos, menos comum e, em geral, acontece por lesões no sistema nervoso central, em hormônios que regulam a sede. Alterações psiquiátricas, como a ansiedade, fazem com que a pessoa ingira água compulsivamente, a chamada potomania.
A falta de sede não exige uma investigação detalhada, mas o excesso de sede sim. Anamnese e exames laboratoriais de função renal e glicemia, por exemplo, servem de guias para um diagnóstico preciso.
“Se for diabetes mellitus descompensado, é preciso fazer o tratamento e o excesso de sede acaba diminuindo. Já o diagnóstico de diabetes insípidos nos leva a investigar o que está acontecendo na hipófise, porque não está regulando adequadamente a sede. Tumor no sistema nervoso central ou uma alteração congênita que não secrete o hormônio diurético de maneira adequada podem estar entre as causas. Caso o diagnóstico esteja relacionado a doenças psiquiátricas, a pessoa deve ser encaminhada ao especialista em psiquiatria para que receba o tratamento”, detalha Dra. Lorena.
Dra. Lorena Lima Amato – A especialista é endocrinologista pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), com título da Sociedade Brasileira de Endocrinologia (SBEM) e endocrinopediatra pela Sociedade Brasileira de Pediatria. É doutora pela USP e professora na Universidade Nove de Julho.