Pedagogo ensina maneiras de demonstrar afeto e auxiliar no desenvolvimento infantil.
Você já pensou como ações simples podem impactar o futuro das crianças e as relações delas consigo mesmas e outras pessoas? Um estudo alemão revelou que reunir familiares para comer auxilia na formação de hábitos mais saudáveis de meninos e meninas, incluindo o consumo de frutas e vegetais que podem minimizar o surgimento de doenças crônicas em uma idade avançada. Uma pesquisa da Universidade de Âbo Akademi, na Finlândia, apontou que a quantidade de carinho e afeto recebidos pelos pais durante a infância influenciam no modo como o adulto enxerga a si mesmo, causando efeitos positivos em sua saúde mental e autoestima.
O levantamento ‘Retrato da Paternidade no Brasil’, encomendada por uma grande empresa de cosméticos, indicou que a maioria dos pais estão dispostos a serem mais afetuosos, comunicativos e participativos na criação e rotina dos filhos. “É no convívio com a família que crianças aprendem valores, tradições, cultura, comportamentos e desenvolvem habilidades socioemocionais que ajudam na construção da autoestima, autoconfiança, empatia e capacidade de lidar com problemas”, esclarece Junior Cadima, mestre em Educação e especialista em desenvolvimento infantil.
Refeições em família, brincadeiras entre primos e tios, leituras com os avós, passeios com os padrinhos, palavras de incentivo e abraços dos pais são alguns elementos de uma relação positiva entre adultos e crianças. “Além disso, um contexto familiar ideal proporciona ambiente seguro, acolhedor e com muito amor para os pequenos, onde eles se sentem respeitados, amados, protegidos e valorizados”, complementa.
A vivência da criança e seus impactos no adulto do futuro
Crianças aprendem com os exemplos ao seu redor, sejam eles dos pais, vizinhos, professores, cuidadores, amigos ou familiares. “Quando criadas em um ambiente amoroso, respeitoso e saudável, elas tendem a se tornar adultos mais equilibrados, respeitosos, educados e persistentes frente aos desafios da vida”, explica o pedagogo. “Crianças inseridas nesse ambiente positivo têm maior probabilidade de desenvolverem relações saudáveis e duradouras ao longo dos anos”, salienta.
O primeiro passo para construir uma relação positiva com os pequenos é estabelecer uma comunicação aberta, honesta, assertiva e, principalmente, empática. “É importante que os adultos sejam acessíveis e atentos às necessidades deles, respeitando e valorizando seus sentimentos e emoções”, orienta Junior. “Na prática, os adultos devem dedicar tempo às crianças, conversando, brincando e participando de suas atividades. Também é fundamental estabelecer limites claros e consistentes, fazendo com que elas se sintam seguras e saibam o que é esperado delas”, argumenta.
Criando e reforçando vínculos afetivos com os filhos
Afeto é uma necessidade na primeira infância e essencial para o desenvolvimento de inúmeras habilidades sociais e emocionais. Pais, avós, cuidadores, tios e adultos podem construir uma relação positiva com as crianças de variadas formas e durante a rotina diária. Confira algumas maneiras fáceis de como reforçar esse laço com os pequenos:
Brincar juntos: a brincadeira é uma ótima forma de criar vínculos e estabelecer uma conexão emocional com as crianças. “Alguns exemplos de atividades que podem ser compartilhadas são jogos de tabuleiro, atividades ao ar livre, brincadeiras com bola, massinha, quebra-cabeça, pega-pega e esconde-esconde”, sugere o pedagogo.
Ler histórias: a leitura de histórias pode ser uma atividade prazerosa e, ao mesmo tempo, educativa para as crianças. “Dependendo da faixa etária, os adultos podem ler ou incentivá-las a ler por conta própria, discutindo e criando novos enredos, o que ajudará na promoção de sua imaginação e criatividade”, ensina.
Participar das atividades escolares: os adultos podem participar das atividades escolares das crianças, entre elas reuniões de pais, tarefas de casa, apresentações artísticas e esportivas. “Isso ajuda a reforçar o vínculo afetivo e demonstra interesse e apoio na educação das crianças”, compartilha Junior.
Cozinhar juntos: a cozinha pode ser um lugar muito divertido e de trocas entre adultos e crianças. “Pais e avós podem ensinar receitas simples e incentivar habilidades importantes para o aprendizado da criança, como atenção, planejamento, organização e autocontrole, além de ensinar sobre os alimentos e o cuidado com a saúde”, reforça.
Estabelecer rotinas: rotinas são essenciais para as crianças, pois criam uma sensação de segurança e previsibilidade, o que ajuda no controle da ansiedade e da agitação. “Os adultos podem estabelecer rotinas para as refeições, hora de dormir, hora do banho, hora de ir para a escola, hora de brincar e outras atividades diárias. Isso pode ser feito de maneira visual, por meio de um quadro de rotina produzido com desenhos e imagens”, finaliza o especialista.
Fonte: Junior Cadima, mestre em Educação e especialista em desenvolvimento infantil.
