Gestantes e o Risco da Varíola do Macaco

O Que Sabemos Sobre os Riscos de Transmissão do Vírus às Gestantes?

Muito tem-se falado sobre a varíola de Macaco, doença causada pelo vírus monkeypox, mas ainda há muitas dúvidas entre a população. Foi publicado recentemente uma nota do Ministério da Saúde com recomendações novas para as gestantes, para as mulheres que acabaram de dar à luz e para as mamães que estão amamentando. Trata-se de uma nota técnica sobre a prevenção da doença, orientando o uso de máscara e principalmente o uso de preservativos para as relações sexuais, devido à alta frequência de transmissão por contato íntimo.

Quando o número de casos de covid começou a cair, e a ideia de que uma certa tranquilidade, no que diz respeito a infecções, poderia surgir, notícias de uma nova infecção começaram a circular e aumentaram os casos de varíola dos macacos ou monkeypox. Em maio de 2022, mais de 200 casos já estavam confirmados pelo mundo, trazendo à tona outra doença de fácil disseminação e com uma dúvida bem complexa: como ficam as gestantes em relação a varíola dos macacos? – Questiona a dra. Larissa CassianoGinecologista, obstetra, especialista em gestação de alto risco e parto humanizado.

A doença pode ser transmitida através de materiais contaminados, contato com lesões, contato com gotículas respiratórias e fluídos corporais – diz Larissa. A orientação da OMS, para as gestantes com sintomas ou sinais suspeitos da doença, e se o teste apresentar resultado negativo, essas mulheres são orientadas ao isolamento domiciliar durante 21 dias. Mas se o teste for positivo, a orientação, nos casos moderados, graves e críticos é a hospitalização das gestantes.

O surto que estamos vivenciando é causado pelo vírus da varíola dos macacos da África Ocidental, que tem uma taxa de mortalidade de cerca de 1%. Apesar deste nome, o principal hospedeiro são os roedores e seu reservatório natural permanece desconhecido. O primeiro caso descrito em humanos foi registrado em 1970, no Congo, tornando-se uma doença observada na África Ocidental e Central.

A transmissão pode ocorrer por contato direto (sexual ou pele a pele) ou próximo, através de grandes gotículas respiratórias e por compartilhar itens como toalhas e roupas de cama, porém com poucos casos nesta forma de contágio – Explica dra. Larissa Cassiano.

Segundo o Ministério da Saúde, há o risco das gestantes desenvolverem uma forma mais grave da doença, mesmo apresentando um quadro clínico semelhante ao resto da população, e dessa forma transmitir o vírus ao recém-nascido ou ao feto, seja no momento do parto ou durante a amamentação. Situações que colocam grávidas e puérperas como grupo de risco, e por isso deve-se priorizar o atendimento para o diagnóstico laboratorial nas unidades de saúde.

Hoje os estudos mostram que a forma de contágio sexual é a principal e, embora não esteja claro, se isso se deve ao contato sexual ou contato próximo durante a relação sexual. Após algum contato, é possível que os primeiros sintomas comecem após cinco dias, podendo chegar até a 21 dias.

Os Sintomas

Inicialmente, é possível observar febre, dores de cabeça, no corpo e fadiga. Em seguida, surge a fase mais característica, com as lesões, que tem sido amplamente divulgada. Sobre as gestantes, até o momento a infecção deixa várias lacunas em aberto, segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), a transmissão da mãe para o feto pode ocorrer pela placenta ou por contato próximo, durante e após o nascimento. A maioria dos quadros em gestantes é leve, tem curso rápido e bom prognóstico, mas alguns estudos mostram que a doença está associada a um risco aumentado de morbidade e mortalidade materna e do recém-nascido, incluindo morte fetal, parto prematuro e aborto espontâneo – Finaliza a dra. Larissa Cassiano.

Fonte: Dra Larissa Cassiano é Ginecologista e Obstetra. Especialista em Gestação de Alto Risco e Mestranda na mesma área. Especialista também em parto humanizado.

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