Gravidez Independente: Mulheres Solteiras também Podem ser Mães

Gestação monoparental feminina já é uma possibilidade graças aos avanços nos tratamentos de reprodução assistida.

Conquistar a estabilidade financeira e ser mãe são dois sonhos muito comuns de mulheres que podem esbarrar em um fator decisivo: a idade. Soma-se a isso a dificuldade em conquistar a estabilidade afetiva e emocional com um parceiro e tudo pode ir por água abaixo. Não fora deste contexto, temos casos em que as mulheres decidem constituir famílias por conta própria, sem a obrigatoriedade de ter um parceiro ou a parceira. São as chamadas mães solo. Há muito tempo o modelo tradicional de família, aquele em que existe um pai (homem) e uma mãe (mulher), já foi ampliado e revisto. Hoje existem diversos tipos de família que são socialmente aceitos e constituem um núcleo familiar importante, onde existe acolhimento, afeto e união entre os membros, como em qualquer família.

Para que seja possível que constituam uma família quando não desejam ter o pai da criança com alguma pessoa conhecida ou identificada, as mães solo necessitarão de ajuda médica, logicamente. Aqui cabe um alerta importante: hoje existem algumas situações mais perigosas e arriscadas, em que algumas mulheres encomendam o material genético masculino (os espermatozoides) em redes sociais, sem saber se o doador tem alguma infecção sexualmente transmissível ou algum problema genético. Essas são as chamadas ‘inseminações caseiras’. Mas o melhor meio de conquistar a gravidez de forma independente é com ajuda de uma clínica especializada.

A medicina reprodutiva nas últimas décadas passou por grandes avanços e hoje temos diversos tratamentos disponíveis para todas as pessoas que desejam ter filhos. Isso não é diferente com as mães solo. Para elas existem dois tratamentos principais: a inseminação intrauterina ou a fertilização in vitro.

Em ambos os tratamentos, é necessário contar com ajuda de um banco de sêmen, um local onde ficam armazenados (congelados) materiais seminais de doadores anônimos. Esses bancos podem ser localizados no Brasil ou em diversos países do mundo. Normalmente, as clínicas do Brasil utilizam material de um banco de sêmen nacional ou importam de alguns bancos dos Estados Unidos. É importante salientar que, fora do Brasil, as regras para que os pacientes possam ser doadores de banco de sêmen são bastante diferentes. Nos Estados Unidos, por exemplo, é até permitido pagar para alguém ser doador de sêmen e que este doador seja identificado futuramente, caso deseje. No Brasil isso não é permitido. Os doadores de sêmen devem manter-se em anonimato e a criança nascida desses tratamentos médicos nunca poderá conhecer aquele homem que forneceu o material genético para que sua concepção fosse possível.

Desta forma, as mulheres que anteriormente precisavam obrigatoriamente ter um parceiro ou um companheiro para que pudessem engravidar, agora estão livres para conseguir ter uma gravidez sozinhas. Mas não necessariamente solitárias. Apenas não terão a figura de um pai biológico presente. Porém, diversas pessoas podem ajudar e participar na educação e na criação dessas crianças. Normalmente são pessoas da própria família da mulher, como irmãos e irmãs, tios e tias, avós e avôs ou mesmo, em alguns casos, um novo companheiro ou companheira que a mulher tenha conhecido depois da gravidez. Assim, o núcleo familiar assume uma característica bastante forte e as mães solo podem exercer seu direito de ter seus filhos, constituindo um modelo familiar de amor.

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Dr. Fernando Prado

Dr. Fernando Prado Médico ginecologista, obstetra e especialista em Reprodução Humana. É diretor clínico da Neo Vita e coordenador médico da ...

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