Normalmente apenas mulheres com dificuldade de engravidar são submetidas a tratamentos
A Hidrossalpinge é o acúmulo de água na tuba uterina. O problema ocorre quando há alguma alteração nessa tuba, muitas vezes causada por uma inflamação pélvica. O processo inflamatório faz com que bolsas de água se formem na tuba de uterina (trompas de Falópio).
O diagnóstico da doença é feito através de um exame de ultrassonografia transvaginal, onde o especialista consegue visualizar as tubas dilatadas.
Segundo o Dr. Marcelo Steiner, membro da SOGESP, Associação de Ginecologia e Obstetrícia de São Paulo, como a Hidrossalpinge não oferece risco para a mulher e não evolui, não há necessidade de tratamento, a não ser que a paciente esteja com dificuldade de engravidar. “Hoje sabemos que a Hidrossalpinge pode ser uma das causas de a mulher não conseguir engravidar e nesse caso é indicado o tratamento cirúrgico. Podemos retirar a tuba se estiver muito comprometida ou reconstituí-la, dependendo da gravidade”.
O médico explica que se o problema aparece apenas em uma das tubas a mulher ainda tem chances, embora menor, de engravidar espontaneamente após a cirurgia. Porém, se ambas forem retiradas a paciente só poderá engravidar através da Fertilização In Vitro (FIV).
O Dr. Marcelo Steiner ressalta que muitas mulheres com Hidrossalpinge conseguem engravidar normalmente e muitas vezes nem sabem que têm o problema. A cirurgia é indicada apenas como uma tentativa de aumentar as chances de implantação do embrião através do procedimento de FIV, já que a secreção nas tubas pode ser a vilã que está impedindo a gestação.