Jogo da Imitação: O que são Neurônios-Espelho e como Eles Influenciam na Educação das Crianças?

Fundadora da UniNeuroConsciente, Telma Abrahão, explica como funciona o aprendizado pelo exemplo

Ser exemplo para crianças pode parecer óbvio para quem convive com elas. É comum ver famílias se policiando com o linguajar e atitudes, mas nos momentos de nervoso e estresse todo esse cuidado pode ir por água abaixo por falta de autorregulação.

A explicação para esse sistema de imitação vem dos neurônios-espelho: “Neurônios-espelho são células ativadas ao observar um ser da mesma espécie envolvido em alguma atividade intencional. Alguns exemplos práticos são quando vemos alguém bocejando e automaticamente nos dá vontade de bocejar também. Isso já ocorre desde o nascimento! As chances de um bebê chorar aumentam muito ao ouvir outro chorando”, relata Telma Abrahão, especialista em neurociência e desenvolvimento infantil.

Dessa forma, crianças que vivem com adultos que têm reações explosivas, vão agir da mesma forma: “Claro que a autorregulação durante uma interação estressante com uma criança ou adolescente não é tarefa fácil, por isso é necessário estar atento às necessidades básicas físicas e emocionais, além de conhecer e respeitar os próprios limites. Ter apoio e treinar para desenvolver essa habilidade também é fundamental”, aconselha Telma.

Outro aspecto que é aprendido com ajuda dos neurônios-espelho é a empatia. Todos os pensamentos geram emoções, que por sua vez, levam a um comportamento. Quando o adulto passa a raciocinar de forma mais empática e positiva em relação ao comportamento de uma criança, automaticamente terá mais paciência e o pequeno também aprenderá a ser mais tolerante quando mais velho.

O empenho se mostra recompensador quando pais passam a enxergar nos filhos seus próprios exemplos: “À medida que a capacidade de autorregulação da criança aumenta, diminui a demanda de corregulação dos cuidadores. Esse tempo vai depender da dinâmica familiar da criança e também de sua idade; um bebê, por exemplo, reage fisicamente às informações sensoriais ao seu redor, com pouca capacidade de mudar sua experiência, por isso precisam de adultos sensíveis às suas necessidades”, esclarece.

Conforme a criança cresce e seu cérebro amadurece, consegue gerenciar melhor suas emoções, mas para isso precisa de pais que a ajudem a lidar com o que sentem. Conseguir se autorregular é muito importante para termos sucesso nas relações pessoais e profissionais ao longo da vida, e se torna fundamental na adolescência, quando os jovens passam por muitas situações de estresse, e na vida adulta, quando passam a administrar problemas e conflitos da vida cotidiana: “Todos nós precisamos aprender a usar a razão para lidar com a emoção e passar a ter atitudes positivas diante os desafios que se apresentam”, finaliza Telma.

fonte: Telma Abrahão é biomédica e autora de dois livros best-sellers, “Pais Que Evoluem” e “Educar é um ato de amor, mas também é ciência”, além de 12 livros produzidos exclusivamente pela Amazon vendidos em todo o mundo em português e inglês. Pioneira em unir educação dos filhos à ciência, o trabalho dela é reeducar os pais para melhor educarem os filhos. Recentemente, Abrahão anunciou a inauguração da UniNeuroConciente, a primeira universidade corporativa do Brasil focada em autoconhecimento, neurociência e desenvolvimento humano, com certificações chanceladas pelo MEC

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