O Ministério da Saúde começou a monitorar o aumento dos casos da Síndrome Inflamatória, essa nova doença que está atingindo crianças em faixas de idades variadas (07 meses a 16 anos) que pode estar associada a Covid-19. Ainda não existe comprovação que uma cause a outra, mas existe um alerta para monitorar a evolução da doença.´
As notificações das secretárias da Saúde mostraram, que uma boa parte dos pacientes apresentavam infecção pela covid-19 ou tiveram anteriormente. A SIM-P manifesta com febre duradoura com outros sintomas como pressão baixa, conjuntivite, manchas no corpo, diarreia, dor no abdômen, náusea, vômitos e problemas respiratórios, vários dessas manifestações coincidem com sintomas da covid-19. A presença do coronavírus não seria obrigatória, sendo mais comum a presença de anticorpos.
No pais foram notificados 71 casos:
- 29 Ceará
- 22 Rio de Janeiro – com 3 mortes
- 18 Pará
- 2 Piauí
No mundo, até o momento foram notificados mais de 300 casos, em países como França, Itália, Espanha, USA e Canadá.
Diante do quadro no país a Sociedade Brasileira de Pediatria fez uma nota de alerta a sociedade civil e a classe médica sobre a gravidade da Síndrome inflamatória Multissistêmica (SIM-P), como ela se desenvolve de forma aguda, grave e potencialmente fatal.
Sintomas clínicos:
Todos os pacientes descritos: Febre persistente > 38.5°C
Maioria dos pacientes relatados: Necessidade de oxigênio e hipotensão arterial
Alguns dos pacientes descritos: dor abdominal, confusão mental (torpor e coma), conjuntivite não purulenta, tosse e outros sintomas respiratórios, odinofagia, diarreia, cefaleia, linfadenopatia cervical , alterações das mucosas orais (edema e fissura de lábios, língua em framboesa, eritema de orofaringe), exantema polimórfico, edema de mãos e pés, síncope, náuseas e vômitos
Assim sendo, as participações conjuntas de pediatras especialistas em infectologia, reumatologia, cardiologia e medicina intensiva devem, sempre que possível, serem solicitadas. Em razão da gravidade destes casos, o encaminhamento a centros terciários de referência deve sempre ser considerado para o melhor manejo destes casos. Embora esses casos descritos tragam preocupação em relação a uma característica nova, aguda e grave da COVID-19 em crianças e adolescentes, vale ressaltar que tais ocorrências foram raras até o momento.
Em conclusão, os pediatras devem estar alertas para o pronto reconhecimento destes casos, incluindo crianças com febre prolongada e não esclarecida, possibilitando o reconhecimento e o manejo adequado e oportuno, durante a hospitalização nos serviços de emergência, enfermarias e/ou unidades de terapia intensiva.
Fontes:
https://agenciabrasil.ebc.com.br/