Os Dias Mundiais da Atividade Física e da Saúde, Celebrados em 6 e 7 de Abril.

5 milhões morrem anualmente em decorrência de doenças associadas ao sedentarismo, diz OMS

Especialistas  alertam à importância da alimentação saudável e dos exercícios físicos para uma vida mais longa

Crédito da imagem: Shutterstock

Os dias mundiais da Atividade Física e da Saúde, celebrados em 6 e 7 de abril, respectivamente, foram criados para alertar a população sobre os benefícios que a união de uma vida ativa com alimentação saudável pode produzir nas diferentes fases da existência.

Conforme a Organização Mundial da Saúde (OMS), anualmente, 5 milhões de pessoas morrem em decorrência de doenças associadas ao sedentarismo. Entre as patologias que o estilo de vida inadequado pode trazer estão hipertensão, diabetes, artrose, dislipidemias — caracterizadas pela presença de níveis elevados de gorduras no sangue –, ansiedade, entre outras.

O educador físico Gustavo Souza, que atende nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) do Jardim Lídia e Jardim Maracá, ambas gerenciadas pelo CEJAM – Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim”, chama a atenção às pesquisas que evidenciam a estreita relação entre a prática dos exercícios e a saúde.

“Os problemas atingem pessoas de diversas idades, já que um em cada quatro adultos e quatro em cada cinco adolescentes não praticam atividades físicas suficientes, levando à redução do funcionamento físico e mental e ao comprometimento funcional”, afirma Gustavo.

Nesse sentido, a participação em programas e projetos relacionados a mudanças no estilo de vida, com aumento do nível de atividade física e melhora na alimentação, é fator determinante para a prevenção de doenças crônicas e para a manutenção da saúde mental.

“Pessoas ativas possuem melhor qualidade de vida, sensação de bem-estar, aptidão cardiorrespiratória e, assim, maior expectativa de vida. Além disso, as chances de desenvolverem doenças cardiovasculares, a principal causa de morte no Brasil e no mundo, diminuem consideravelmente”, destaca o educador.

Quando começar?

Praticar atividades físicas é algo que pode ser realizado em todas as fases da vida, sendo os benefícios visíveis para todas elas.

A OMS recomenda que os exercícios sejam iniciados ainda na infância, em crianças e adolescentes na faixa entre 5 e 17 anos. Ao menos 60 minutos de atividade moderada à intensa diariamente é um tempo razoável.

Gustavo afirma que, para esta faixa etária, as atividades físicas podem ser consideradas jogos esportivos e até brincadeiras recreativas. Para a população adulta, a quantidade considerada ideal aumenta. Neste caso, a organização recomenda 150 minutos de atividades aeróbicas moderadas ou 75 minutos de intensas por semana.

Já os exercícios de fortalecimento muscular por, ao menos, duas vezes na semana são capazes de melhorar as aptidões cardiovasculares e respiratórias e a resistência muscular, prevenindo e/ou reduzindo os riscos de doenças crônicas, mentais e ósseas.

Segundo o educador físico, para a população idosa, as recomendações são as mesmas. No entanto, os exercícios podem ajudar ainda a melhorar o equilíbrio e a prevenir quedas, além de auxiliarem na saúde funcional e cognitiva. “O indicado, neste caso, é que sejam executados três ou mais dias da semana, de acordo com as condições de saúde do idoso.”

Alimentação saudável

A nutricionista Inayah Galetti, que atende na UBS Jardim Magdalena, gerenciada pelo CEJAM, explica que, nas últimas décadas, a população viveu um momento de transição nutricional.

De acordo com a especialista, os casos de desnutrição sofreram uma queda considerável no período, mas os índices de doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), como obesidade, hipertensão arterial, diabetes mellitus, dislipidemias e doenças cardiovasculares, aumentaram consideravelmente, principalmente na vida adulta.

“A população adulta atual cresceu em um ambiente no qual não se preocupava com as consequências do alto consumo de produtos industrializados, gordurosos e ultraprocessados. O resultado é a crescente nos casos de comorbidades.”

Inayah ressalta que, normalmente, as pessoas passam a se preocupar com a saúde alimentar apenas quando desenvolvem alguma patologia. Porém, alerta que é essencial que os bons hábitos alimentares sejam passados ainda durante a infância, como forma de prevenção.

“As crianças têm maior aceitabilidade a alimentos saudáveis à medida que os pais sirvam como exemplo. Se elas não os veem comendo os alimentos oferecidos, a chance de não aceitarem é grande.”

Uma dica para produzir uma boa educação alimentar dentro de casa é diversificar e variar os alimentos e as preparações, dando preferência aos in natura e evitando os industrializados e com excesso de açúcar e conservantes.

Benefícios

Entre os alimentos que não podem faltar à mesa de uma família que busca uma vida saudável, conforme a especialista, estão frutas, legumes e verduras, que fazem parte do chamado “grupo de alimentos reguladores”.

“São eles os responsáveis pelo maior aporte de vitaminas, minerais e fibras da alimentação. Os reguladores ajudam no funcionamento intestinal e de todo o corpo, fortalecem o sistema imunológico e dão mais disposição no dia a dia, além de reduzirem o colesterol ruim.”

A especialista destaca que, mesmo para os mais velhos, se estes tiveram uma alimentação ruim ao longo da vida, a mudança de hábito produz resultados efetivos. “Ainda que alguma doença já esteja estabelecida, a alimentação sempre será a maior aliada para seu controle. Entretanto, é importante que elas não sejam feitas de forma brusca, mas sim por etapas, para que os novos hábitos perdurem por toda a vida”, finaliza a nutricionista.


CEJAM – Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim”

Entidade filantrópica e sem fins lucrativos. Fundada em 1991, a Instituição atua em parceria com prefeituras locais, nas regiões onde atua, o...

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