A maternidade utiliza recursos terapêuticos para a promoção de um bom relaxamento e assim combater a ansiedade com a chegada do bebê.
Gestantes que chegam ao Hospital Municipal Universitário (HMU) de São Bernardo do Campo são acolhidas por uma equipe multidisciplinar, que desenvolve técnicas terapêuticas diferenciadas para aliviar a dor do parto e diminuir a ansiedade no momento de darem à luz. Durante todo o trabalho de parto, elas passam por massagens; banhos de imersão ou de chuveiro; exercícios respiratórios ou com bolas suíças (usadas em exercícios de pilates) para facilitar a postura vertical; exercícios em um aparelho conhecido como cavalinho, para ajudar na dilatação; eletroestimulação nervosa transcultânea (impulsos elétricos) e caminhada, entre outros. Esse momento tão especial para a mulher e para o bebê é vivido de forma saudável e contribui para o bom desenvolvimento da criança e o fortalecimento do vínculo entre mãe e filho.
Referência em São Bernardo do Campo como maternidade pública, o equipamento de saúde localizado no Bairro Rudge Ramos emprega o método desde agosto do ano passado e já beneficiou em torno de 500 mulheres. O uso de técnicas não-medicamentosas utilizadas para proporcionar o alívio da dor durante as contrações melhoram a qualidade do parto, seja normal ou cesariana. Estudos científicos apontam que o suporte contínuo intraparto reduz o sofrimento físico e a duração do trabalho de parto em até uma hora.
Além de diminuir as dores das contrações, o método reduz a ansiedade. “Resolvemos adotar essa linha de terapias alternativas para tornar este momento mais humano e natural”, explica a enfermeira Débora Lúcia Silva Menezes, responsável pelo setor e pela implantação da medida.
De acordo com Débora, pouco a pouco, a equipe de enfermeiros e fisioterapeutas, com o suporte do corpo clínico, vem conquistando a adesão das gestantes. O uso da técnica depende da avaliação e recomendação do médico. O único pré-requisito é não ter hipertensão associada à gravidez e estar em boa condição clínica.
Mãe ficou satisfeita
Para a dona de casa Bianca Cristina Moreira, 21 anos, a novidade foi bem-vinda. “Eu estava com muitas dores e ansiosa por causa das contrações, mas depois que passei pela eletroestimulação, até me distrai e depois correu tudo bem. Recomendo para as outras gestantes”, disse. A jovem, moradora do Jardim Cláudia, acaba de dar à luz o primeiro filho, Júlio César, que nasceu com mais de 3 quilos e 48 centímetros.
Rede Cegonha
Primeiro município do Brasil a implantar o programa, em parceria com o Ministério da Saúde, São Bernardo também já colheu frutos a partir dessa iniciativa. O índice de mortalidade infantil caiu 25% em 2011 em comparação a 2010. A taxa de 2011, de 10,1 mortes para cada mil crianças nascidas até um ano de idade, representa a menor marca da história da cidade. Lançada em 2011 no município, a Rede Cegonha tem como finalidade consolidar uma rede de atenção à saúde integral e humanizada de gestantes e bebês.
Composto por um conjunto de medidas destinadas a assegurar atendimento adequado, seguro e humanizado às gestantes e crianças, o programa abrange a assistência obstétrica com foco na gravidez, no parto e pós-parto, como também a assistência até os dois primeiros anos de vida da criança. A estratégia envolve toda a rede de serviços de saúde e busca a redução da mortalidade materna, fetal e infantil. Também inclui a qualificação dos profissionais de saúde que dão assistência às gestantes e aos bebês e que atuam tanto na atenção primária como em serviços de urgências obstétricas.