Prematuridade: o Alerta para Prevenção de uma Vida Inteira com Deficiências

Em uma década, o mundo registrou 152 milhões de partos prematuros, cerca de 15 milhões por ano, mais de 300 mil apenas no Brasil. A fisioterapeuta especialista em neuropediatria, Ana Luiza Soares, ressalta a importância do acompanhamento após a alta hospitalar como precaução de problemas cognitivos e motores

Segundo dados do relatório Born too soon, a cada dois segundos um bebê nasce prematuro no mundo, e a cada 40, um deles morre. 

Neste Dia Mundial da Prematuridade, 17 de novembro, também conhecido como o Dia Internacional da Sensibilização para a Prematuridade, a fisioterapeuta especialista em neuropediatria, Ana Luiza Soares, visa trazer conscientização aos riscos envolvidos no tema. 

São considerados prematuros, ou pré-termos, os bebês que nascem antes de completarem 37 semanas de gestação, e as complicações da prematuridade estão entre as principais causas de mortes em menores de 5 anos de idade. Nestes casos, os  milhões de bebês sobreviventes apresentam dificuldade de aprendizagem, deficiências motoras e cognitivas, problemas comportamentais, infecções respiratórias crônicas, problemas visuais e auditivos, entre outros que os acompanham ao longo da vida, mas podem ser prevenidos.

De acordo com Ana Luiza, que atua na intervenção precoce de bebês de zero a 24 meses de vida na clínica de fisioterapia infantil, Helper Kids, a necessidade de acompanhamento contínuo após a alta hospitalar é fundamental. “Intervenções apropriadas conseguem mitigar os riscos de atraso no desenvolvimento cognitivo e motor, bem como ajudam essas crianças a atingirem todo seu potencial. É fundamental que os pais estejam cientes da importância do acompanhamento após a alta hospitalar e sejam proativos na busca de cuidados especializados.” 

Dentre os riscos e cuidados que devem se levar em consideração para garantir uma melhor chance do desenvolvimento saudável da criança, a Dra. oferece os seguintes conselhos aos pais de bebês prematuros:

  • Assim que possível, após o nascimento do bebê, consulte um fisioterapeuta neuropediátrico para avaliar o desenvolvimento do seu filho;
  • Elabore junto a ele um plano de intervenção personalizado que se encaixe em sua rotina. Durante o tratamento a participação dos pais, ou cuidadores, é essencial nas atividades de estimulação sensorial para o bebê que contribuirá no desenvolvimento motor;
  • Muitos bebês prematuros precisam do acompanhamento de um fisioterapeuta respiratório no pós alta pois, ou ainda usam oxigênio, ou precisam de auxílio durante os primeiros meses em casa;
  • O acompanhamento rigoroso é o que determinará se os riscos causados pela prematuridade serão mitigados ou não;
  • Bebês prematuros têm maior chance de sofrer danos neurológicos por conta das hemorragias intraventriculares e lesões cerebrais, afetando severamente o desenvolvimento motor. Por isso, a importância do acompanhamento de um fisioterapeuta que avaliará o bebê por escalas que podem ser aplicadas desde a UTI Neonatal até o fim da primeira infância;
  • Problemas nutricionais também podem ser esperados em bebês pré-termos, o que consequentemente afeta o desenvolvimento motor e respiratório. Uma equipe multidisciplinar com  neurologistas, fonoaudiólogos, nutricionistas, gastroenterologistas, entre outros pode ser necessária;
  • O acompanhamento e o tratamento com especialistas permite que a neuroplasticidade do cérebro faça que outras áreas assumam as que foram lesionadas para que o bebê tenha um desenvolvimento pleno;
  • Dentro dos tratamentos iniciais, o fisioterapeuta, essencial na intervenção precoce, fará exercícios de repetição para estimular cada fase de desenvolvimento do bebê. Existem muitos métodos para isso, entre eles o conceito neuroevolutivo BOBATH – abordagem terapêutica de reabilitação que prioriza a solução de problemas de controle postural, movimento e função, através da avaliação e o tratamento das deficiências e limitações de atividades;
  • Em geral, o prognóstico é bom, no entanto muitos bebês podem posteriormente serem diagnosticados de outras formas.
  • Fonte: na Luiza Soares é fisioterapeuta, pós graduada em Fisioterapia Neuropediátrica com 17 anos em UTINeonatal e 6 anos em Ambulatório de seguimento dos bebês de risco. Atualmente, como proprietária e responsável técnica na Helper Kids – clínica de fisioterapia infantil, atua com intervenção precoce em bebês de zero a 24 meses de vida. É especialista em assimetria craniana, órtese craniana, torcicolo congênito, fisioterapia respiratória neonatal e pediátrica. @helperkids (11) 98969-8423

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