Prolapso Genital: Tratamento que Evita Cirurgia e Fortalece a Musculatura Pélvica

O problema que, atinge as mulheres e não afeta apenas a bexiga – mas também outros órgãos – pode causar sérios danos à saúde

Conhecido como “bexiga baixa” e/ou “útero caído”, o prolapso genital acontece quando os músculos e ligamentos pélvicos ficam enfraquecidos e incapazes de manter os órgãos no lugar (útero, uretra, bexiga e reto). Esse é um problema que pode atingir as mulheres em qualquer faixa etária, principalmente, após gestações sucessivas e partos múltiplos, mas outros fatores como a obesidade, o envelhecimento, as alterações hormonais e doenças musculares, neurológicas e genéticas também estão entre as causas dessa doença. 

Apesar do prolapso ser um termo complexo, ele é muito comum e compromete o desempenho físico, social, profissional e a sexualidade das mulheres que sofrem com esta condição.   “A frase mais comum que ouvimos é a “sensação de uma bola na vagina”, ou “sensação de estar sentada numa bola”, ou visualmente perceber uma protuberância ou massa saindo da área da vagina durante o banho por exemplo”, detalha Marta Lira, enfermeira estomaterapeuta com foco em incontinência na clínica ConvaCare.

De acordo com a Sociedade Internacional de Incontinência, o prolapso possui quatro estágios: estágio zero (ausência de prolapso); estágio 1 (o colo do útero ou a bexiga descem 1 cm além da entrada da vagina); estágio 2 (esses órgãos saem mais de 1 cm pelo orifício vaginal); estágio 3 (caimento quase completo do útero); estágio 4 (caimento completo do útero, isto é, o útero inteiro sai pela vagina).

Mulheres com graus importantes de prolapso podem apresentar sintomas compressivos a depender da parede vaginal acometida. Entre os sintomas mais frequentes da doença estão a incontinência urinária, dor na região pélvica e  a prisão de ventre. Marta explica que a avaliação da musculatura pélvica é primordial em todas os tipos de disfunção, até porque se a paciente possui algum tipo de prolapso, muito provavelmente terá algum tipo de incontinência, devido a flacidez da musculatura.

Além dos incômodos citados acima, o maior risco que o prolapso pode causar em casos muito graves é a obstrução com dilatação dos ureteres levando a insuficiência renal. O ureter é um canal que conduz a urina dos rins até a bexiga. Por isso, a presença de um elemento obstruindo o ureter faz a urina ficar retida nos rins, causando a dilatação.

Prevenção

Para evitar o prolapso genital, uma das recomendações é praticar os tais exercícios perineais – principalmente na gravidez ou se a mulher planeja ser mãe. Outras medidas preventivas são evitar os fatores de risco, como: obesidade, tosse crônica, recomenda-se, ainda, praticar exercícios físicos, modalidades como ioga e pilates são indicadas.

Tratamento conservador do prolapso

O tratamento deve ser conservador, focando na qualidade de vida, mas além disso, visa aquelas mulheres que possuem algum tipo de contraindicação cirúrgica e tempo de espera prolongado. Este procedimento visa evitar cirurgias através da introdução de um dispositivo em formato de anel, feito de silicone – chamado de pessário – ele dá sustentação ao órgão (bexiga, útero, ureta e reto).

Utilizamos os pessários que são anéis de diversos modelos (a depender do grau e tipo de prolapso). Ele é produzido com material de silicone, que tem a função de manter os órgãos posicionados na sua origem fisiológica”, argumenta a especialista Marta Lira.

Durante o tratamento, a paciente recebe treinamento para colocação e retirada dos pessários, assim como os cuidados com a higiene que precisará ter. De acordo com a Marta, a paciente deve retirar este dispositivo de silicone a cada 15 dias ou uma vez ao mês para a higienização, que é feita com água e sabão neutro. Após a higienização, ela pode colocar novamente o pessário para dar sustentação ao órgão caído. 

Além disso, o tratamento inclui exercícios pélvicos que fortalecem a musculatura, como: agachamentos. Marta explica que isso fortalece a região e proporciona qualidade de vida à paciente.

Fonte: Marta Lira, enfermeira estomaterapeuta com foco em incontinência – ConvaCare é um centro internacional de excelência no tratamento e reabilitação de pessoas com feridas, estomias e incontinência urinária

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