A puberdade é a fase de transição quando as crianças desenvolvem as características corporais que levarão a forma adulta. O marcador do início da puberdade é o surgimento de broto mamário nas meninas e aumento de testículos em meninos, além da aceleração da velocidade de crescimento “estirão puberal” e mudanças psicológicas.
A puberdade é considerada precoce quando ocorre antes dos 8 anos nas meninas e antes dos 9 anos nos meninos, sendo muito mais comum entre as meninas.
Há meio século, a idade da primeira menstruação era em torno de 17 anos de idade e, atualmente, é 12 anos. Essa antecipação da puberdade e até mesmo os casos de puberdade precoce, que são mais frequentes em meninas, podem estar sendo causados pela exposição das crianças aos chamados disruptores endócrinos, que são substâncias que desregulam o sistema hormonal. Essas substâncias estão presentes em latas, plásticos, pesticidas, poluentes industriais e em diversos elementos ambientais. Obesidade, cada vez mais prevalente entre as crianças, também é um fator que pode desencadear a precocidade puberal.
As causas de puberdade precoce são várias, e vão desde o que chamamos de idiopática (sem motivo específico) até mesmo tumores da região hipofisária (glândula pequena presente na região central do crânio).
O tratamento depende da causa da puberdade precoce. Há situações onde o tratamento medicamentoso não é necessário, somente o seguimento, no entanto, na maioria das vezes o uso de medicamentos será indicado.
Quando a causa da puberdade precoce é idiopática (muito frequente, principalmente em meninas) o tratamento é feito com injeções mensais ou trimestrais que bloqueiam a puberdade. Esse tratamento é seguro e com poucos efeitos colaterais.
A ausência de tratamento pode levar à síndrome metabólica, baixa estatura e até mesmo transtornos psicológicos. Caso você identifique surgimento precoce de mamas nas meninas, ou aumento de testículos e pênis nos meninos, assim como o aumento precoce de pelos e acne, não deixe de procurar ajuda médica para avaliação.
Por Dra. Lorena Lima Amato