Qual a Importância de Acreditar no Papai Noel

Especialistas apontam benefícios para o desenvolvimento da criança e dão dicas de como pais e responsáveis podem lidar com o tema

Árvores e decorações natalinas marcam o período do ano que antecede o Natal,data que é marcada pela presença de uma figura conhecida por todos: o Papai Noel.  O bom velhinho que, culturalmente, é responsável por presentear também marca uma fase do crescimento e desenvolvimento das crianças. Nesta fase, surge uma dúvida comum entre  pais e responsáveis: até quando é saudável acreditar no Papai Noel? 

Para a psicóloga Bianca Ferreira Laranjeira, do Marista Escola Social Ecológica, a figura do Papai Noel representa um pensamento lúdico das crianças. “Além da questão cultural, é a criação de um conto, de um mundo de faz de conta. Essa possibilidade contribui para que elas possam imaginar, trabalhar com a criatividade e com a criação desse imaginário, o que é muito saudável para o desenvolvimento”, reforça. 

Ao mesmo tempo, os pais podem compreender que existe diferença entre os termos imaginação e fantasia. “A imaginação é algo que a própria criança elabora em sua mente, estabelecendo conexões com a experiência real. A fantasia é uma situação que o adulto transmite e não corresponde à realidade, por exemplo, um conto de fadas. Como educadores, afirmamos que permitir a imaginação tem mais valia considerando que a criança pequena está se desenvolvendo e conhecendo o mundo à sua volta”, revela a coordenadora da Educação Infantil do Colégio Marista Pio XII, Cris Starcke.

De origem histórica, a criação do Papai Noel está relacionada a São Nicolau de Mira, um bispo cristão que viveu nos séculos II, d.C. e IV d.C, e ficou popularmente conhecido pela sua generosidade. “Acredito que a figura auxilia os pais e responsáveis a abordarem o contexto da data, não somente pelo viés dos presentes e do consumo, mas também dos atos de solidariedade. De que forma  nós, como família, podemos ajudar alguém neste Natal, assim como o Papai Noel faz?”, reforça Bianca. 

Um estudo da britânica Universidade de Exeter realizado em 2018 apontou que as crianças deixam de acreditar no Papai Noel por volta dos 8 anos de idade. Para a psicóloga, é importante que esse seja um processo natural nas famílias. “Se ela já sinaliza que está em dúvida, os pais podem responder com outra pergunta, como mas o que você pensa sobre isso? E ir construindo essa resposta junto. No caso da criança já saber sobre o tema, vale a família reforçar que o Papai Noel existe ainda para aqueles que acreditam, no coração das crianças ele vai sempre existir”, reforça. 

Para os especialistas, o momento do Natal e o faz de conta em torno do Papai Noel são boas contribuições para o desenvolvimento das crianças. Confira algumas dicas:

  1. O período pode ser importante para lidar com algumas competências, como a paciência, por exemplo. Ensinar sobre frustrações e expectativas, durante o mês de preparação é uma oportunidade para os familiares abordarem o tempo de espera, que o Natal tem data para acontecer, e até lá outras atividades serão feitas. Uma dica é utilizar calendários como o do advento para marcar essa passagem de tempo. 
  2. Não mentir sempre é a melhor saída. O diálogo com as crianças vai possibilitar que os pais e familiares entendam quando é o melhor momento para falar sobre o tema, e qual abordagem podem seguir. O importante é reforçar que mesmo ela não acreditando, o Papai Noel é uma figura cultural que vai permear o imaginário das crianças para sempre. 
  3. Até quando acreditar em Papai Noel pode ser sinal de alerta? Para a psicóloga Bianca Ferreira de Laranjeira, é preciso estar atento se essa situação está causando algum isolamento ou bullying. Conforme os anos forem passando, é interessante iniciar uma conversa sobre o assunto com a criança ou com o pré- adolescente. 

Fonte: Os Colégios Maristas estão presentes no Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso do Sul, Paraná, Santa Catarina e São Paulo com 21 unidades. – Marista Escolas Sociais: Marista Escolas Sociais atende gratuitamente 7700 crianças, adolescentes e jovens por meio de 19 Escolas Sociais, localizadas em cidades de Santa Catarina, Paraná e São Paulo.

Psicóloga Bianca Ferreira Laranjeira, do Marista Escola Social Ecológica – Coordenadora da Educação Infantil do Colégio Marista Pio XII, Cris Starcke.

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