SOS 12 de outubro

Médicos temem pelas pela saúde de crianças que estão nascendo agora em razão do consumo de álcool por gestantes

Evidências médicas atestam que não existe nível seguro de consumo de álcool na gestação. Beber durante a gestação pode acarretar problemas irreversíveis ao bebê. O mais grave é a Síndrome Alcoólica Fetal, SAF, que provoca manifestações como malformações congênitas faciais, neurológicas, cardíacas e renais.

Bebês com SAF têm alterações fortes e bastantes características: além de microcefalia (cabeça e crânio pequenos), algumas dismorfias faciais, típicas do transtorno, são olhos pequenos, lábio superior fino, fácies plana, fissuras palpebrais curtas. Em regra, podem apresentar baixo peso no nascimento, devido à restrição de crescimento intrauterino, comprometimento do sistema nervoso central com distúrbios de aprendizagem, de memória e da atenção, dificuldades socioemocionais e comportamentais.

A Síndrome Alcoólica Fetal é a principal causa de retardo mental no mundo ocidental. Pesquisas científicas, produzidas na Europa e nos Estados Unidos, mostram um caso de SAF para cada 1000 nascidos vivos. No Brasil, não há dados consolidados sobre a afecção, apenas poucos números de universos específicos. Exemplo é estudo do Hospital Cachoeirinha, com 2 mil futuras mamães, apontando que 33% bebiam na gestação. O mais grave: 22% consumiram álcool até o dia de dar à luz.  

Alerta dos especialistas

Os médicos alertam: os efeitos do álcool ocasionados pela ingestão materna de bebidas alcoólicas durante a gestação não têm cura.

“Para cada caso de SAF completa, há pelo menos 10 casos da síndrome parcial, conhecida pela sigla FASD (Fetal Alcohol Spectrum Disorder). São crianças que não apresentam a SAF completa, mas que podem ter dificuldades na aprendizagem e alterações no comportamento e sociabilidade, que só são identificadas mais tardiamente”, informa Helenilce de Paula Fiod Costa, pediatria com área de atuação em Neonatologia e presidente do Núcleo de Estudos dos Efeitos do Álcool na Gestante, Feto e Recém-nascido da Sociedade de Pediatria de São Paulo.

Já na SAF parcial (FASD), elas podem apresentar problemas durante a infância, que normalmente são dificuldades de aprendizagem (em particular de matemática), atrasos de memória, da fala, audição e atenção, dificuldade na resolução de problemas e no relacionamento com outras pessoas.

Pontuando que as mulheres com vida sexual ativa que consomem álcool e acabam por descobrir uma gravidez sem planejamento, não precisam se desesperar. Nunca é tarde para parar! Quanto antes o álcool for cortado, menores serão os riscos para o feto.

Fonte : A Sociedade de Pediatria de São Paulo (SPSP) empreende a campanha Gravidez sem álcool com ações permanentes. São parceiras desse trabalho de conscientização as seguintes instituições: Academia Brasileira de Neurologia – ABN, Associação Brasileira de Alergia e Imunologia – ASBAI, Associação Médica Brasileira – AMB, Associação Médica Homeopática Brasileira – AMHB, Associação Paulista de Medicina – APM, Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo – SOGESP, Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia – FEBRASGO; Sindicato dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado de São Paulo – SINDHOSP.

Deixe um comentário