Brasil é o país mais ansioso das Américas e quinto mais deprimido
Educar as crianças emocionalmente desde cedo é fundamental para o desenvolvimento delas, fazendo com que o filho cresça com uma maior autonomia, autoestima, resiliência, empatia e inteligência emocional. A educação emocional fica muito mais difícil quando precisa ser tratada na fase adulta, por isso é importante desenvolvê-la nos filhos o quanto antes. Conforme dados da OMS – Organização Mundial da Saúde, o Brasil é a população com mais ansiedade do mundo, além de estar entre os cinco países mais deprimidos das Américas.
Para Andreia Rossi, educadora parental e especialista em desenvolvimento neuroatípico, muitas vezes os filhos não entendem a emoção que estão sentindo, é como se estivessem desvendando um enigma e, por conta disso, a participação dos pais é tão importante. “Quando começamos a nomear as emoções e explicar o que está acontecendo, é quando damos um grande passo na direção da validação dos sentimentos da criança”, comentou. “Precisamos entender que esses sentimentos são genuínos e necessitam ser reconhecidos, respeitados e explicados para a criança”, completou a educadora.
Quando o filho está muito bravo ou chorando, principalmente os mais novos, estes sentimentos não devem ser tratados como manha ou birra, pois é a única maneira que a criança sabe se comunicar. Os pais devem conversar com a criança e saber o porquê ela está calada, pensativa, ansiosa ou brava e conversar a respeito disso com o filho. Esse cuidado pode trazer benefícios no amadurecimento da criança, impactando até mesmo na aprendizagem e na vida profissional. Um levantamento da PageGroup, empresa de recrutamento, mostrou que a inteligência emocional é a segunda habilidade comportamental mais valorizada entre os líderes da América Latina (33,8%), atrás apenas do trabalho em equipe (47,5%).
Além de nomear as emoções e estabelecer um diálogo com a criança, existem outras maneiras de trabalhar a educação emocional dos pequenos. As atividades físicas não só ajudam a manter a saúde, mas também a contribuir para a aceitação de regras, trabalho em equipe, comunicação, disciplina e emoções, como a vitória e derrota. Outro caminho é a arte, por exemplo, música, dança, pintura e teatro, que são atividades que auxiliam na expressão de sentimentos. Desenvolver a autonomia do filho também é importante, de maneira que os pais não os privem de fazer algo que ele possa fazer, além de ajudá-lo, conduzindo-o na sua tarefa.
“Os pais precisam proporcionar à criança um espaço seguro, pois é essencial para o seu desenvolvimento emocional e psicológico. Mas é preciso entender que isso não significa permitir que o filho não tenha limites e faça o que quiser. Significa criar um ambiente onde ele se sinta à vontade para expressar as suas emoções, sem medo de julgamentos ou rejeições. Aumentando também o vínculo entre pais e filhos” explicou Andreia.
Fonte: Andreia Rossi é Master em Comunicação Social, Psicopedagoga e atualmente Educadora Parental, auxiliando as relações entre pais e filhos. Aos 8 anos, sua filha recebeu o laudo de TOD – Transtorno Opositivo Desafiador, atraso global do desenvolvimento e rebaixamento cognitivo. Com isso, realizou diversos cursos e se tornou especialista no assunto.