Surtos da doença são registrados desde o fim do isolamento social; Diretora médica do Santa Luzia dá dicas de como evitá-la.
Escolas de vários estados do Brasil registraram aumento nos casos da Síndrome mão-pé-boca no fim de 2021 e o estado de Santa Catarina não passou impune ao aumento na transmissão da doença: em outubro, oito escolas de Chapecó (oeste catarinense) foram afetadas pelo alto contágio do vírus, com mais de 60 crianças afastadas. Com o avanço da vacina contra a covid-19 e o retorno às atividades presenciais, os alunos ficam mais vulneráveis a outras infecções virais. Para que os pais tomem os cuidados necessários para evitar transmissões no início do ano letivo de 2022, que em Santa Catarina está marcado para 7 de fevereiro, a diretora médica do Santa Luzia – unidade de medicina diagnóstica da Dasa, maior ecossistema de saúde integrado do país – Myrna Campagnoli, esclarece as principais dúvidas sobre a doença:
O que é a Síndrome mão-pé-boca?
MC: a síndrome é uma infecção viral causada, principalmente, pelo vírus Coxsackie. Esse vírus é comumente encontrado no sistema digestivo e acomete, na maioria dos casos, crianças de até cinco anos, mas também pode infectar adultos.
Como a doença é transmitida?
MC: A transmissão do Coxsackie é dada via fecal ou oral, por meio do contato da saliva, fezes e outras secreções da pessoa infectada. Objetos e alimentos contaminados também são um meio de transmissão. Vale destacar que o paciente pode transmitir a doença por até quatro semanas mesmo depois da recuperação.
Quais são os principais sintomas?
MC: Os primeiros sintomas da Síndrome mão-pé-boca são febre alta e aparecimento de lesões nas palmas das mãos, lábios e solas dos pés. Essas lesões consistem, geralmente, em pequenas bolhas e manchas avermelhadas, que podem se transformar em úlceras doloridas com o avanço da doença. Falta de apetite, mal-estar, vômitos e diarreia também são sintomas comuns.
Como evitar e tratar a doença?
Não existe vacina contra a Síndrome da mão-pé-boca, por isso os cuidados preventivos são muito importantes: a higiene das mãos é essencial para reduzir o risco de infecção, assim como não usar objetos que entram em contato com a boca de outras crianças, principalmente aquelas com sintomas.
Crianças já diagnosticadas com a doença devem ser afastadas do convívio com outras até que se encerre o tratamento e o período de transmissão. O tratamento deve ser orientado por um médico e tem como objetivo aliviar os sintomas. Ele consiste em administração de antitérmicos, anti-inflamatórios e pomadas para aliviar as dores e coceiras das feridas.