4 coisas que uma Especialista em desenvolvimento infantil quer que você saiba

A 1ª gestação é um momento único na vida da mulher. As expectativas do parto, a preparação da casa, o enxoval, tudo é pensado no mínimo dos detalhes. Mas toda a espera pode acabar gerando ansiedade e uma série de dúvidas para os pais. Por isso, a fonoaudióloga especialista em desenvolvimento infantil, Raquel Luzardo, listou 10 coisas que todas as mamães e papais de primeira viagem precisam saber.

1- Dar a chupeta não é crime! O acessório é sempre o centro de diversas polêmicas. Mas a especialista explica que dá-lo ao bebê não é nenhum ato inadmissível. Segundo Raquel, a sucção é uma necessidade da criança e, por isso, os bebês de até seis meses que mamam no peito não sentem tanta atração pelo objeto por terem essa necessidade saciada. “O uso da chupeta pode, sim, prejudicar a posição dos dentes, a estrutura muscular e causar desequilíbrios que repercutirão na fala, respiração, deglutição, mastigação e até na estética. Mas seu uso pode ser saudável, desde que os pais controlem a frequência, a duração e a idade da criança”.

Raquel também recomenda que, se for inevitável, os pais prefiram às chupetas anatômicas com formato e tamanho proporcionais à face do bebê.

2 – Você não precisa coar tudo! Uma das coisas mais comuns na introdução alimentar é que os pais coem o máximo os alimentos. Porém, a consistência dos alimentos é muito importante no desenvolvimento dos órgãos fonoarticulatórios (lábios, língua, bochechas, palato, dentes). Os alimentos muito molinhos, que não exigem mastigação, acabam não estimulando o exercício dos órgãos. E no caso das crianças menores, que ainda não têm dentinhos, não tem problema, já que a gengiva faz o papel deles.

Por isso, a dica é evitar ao máximo passar os mantimentos pelo liquidificador e dar preferência aos alimentos amassadinhos com o garfo. As peneiras também podem ser usadas, começando com uma mais fina para os bebês menores em fase de introdução alimentar e depois passar para uma maior e que proporcione à criança o contato com a textura de cada mantimento.

3 – Os marcos do Desenvolvimento: Existem alguns parâmetros que auxiliam os pais e os médicos a acompanhar o crescimento dos filhos. Raquel explica que, embora esses marcos representem a maioria das crianças, é possível que haja exceções e o principal é buscar por um profissional no caso de atrasos. Esses marcos são:

Após o nascimento: Logo que nasce, o bebê já começa a mamar e demonstra sinais de prazer como esboçar sorrisos e desconforto, como resmungar e chorar quando sente fome, cólicas ou sono;

Até os dois meses: O bebê começa a se interessar por objetos coloridos;

Dos três aos quatro meses: A criança já acompanha o movimento com o olhar, levanta a cabeça quando é colocado de bruços;

Entre cinco e seis meses: É esperado que a criança vire a cabeça na direção dos sons, rola e senta com apoio e também leva os pés à boca

De sete a nove meses: Já gosta de brincar com a mãe e familiares e pode estranhar pessoas que não sejam de seu convívio diário. Fica sentado com apoio;

Dos dez aos doze meses: Começam a apontar para as coisas que quer. Engatinha ou anda com apoio e fala, ao menos, uma palavra com sentido;

Até os 18 meses: Já estão mais independentes, insistem para comerem sozinhos e se reconhecem no espelho. Também falam algumas palavras e andam sozinhos;

Até os dois anos: A criança já anda com mais segurança e até sobe degraus baixos. Se interessa pelos brinquedos e aceita a presença de outras crianças;

De dois a três anos: O bebê já não é tão bebê mais, já começa a formar pequenas frases e é também nesta fase que a criança começa a demonstram melhor seus sentimentos, como alegria, tristeza e raiva. Já se interessam por histórias e tem muitas perguntas;

De três a quatro anos: A curiosidade faz parte do cotidiano, gosta de descobrir as novidades e de brincar com outras crianças, além de imitar situações do cotidiano e se veste com ajuda;

De quatro a seis anos: Nesta fase a criança já é capaz de reproduzir corretamente os sons da fala e se interessa por ouvir histórias, ler livros e cantar. Já consegue correr e pular alternando os pés.

4 – Eles falam como crianças, você não. É mais que comum e normal que as crianças falem errado. Afinal, elas estão aprendendo e reproduzindo como podem o que ouvem dos adultos. Por isso, se os pais falarem errado estarão reforçando a falha, ao invés, de corrigi-la. A especialista garante que não é preciso brigar ou chamar a atenção da criança. “Se você falar certo, uma hora a criança conseguirá reproduzir o som de maneira correta”.

Raquel Luzardo

Fonoaudióloga, especialista em linguagem e desenvolvimento infantil, diretora da Clínica FONOterapia, atua há mais de 19 anos em atendimento ...

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