Qual a importância da vacinação para as crianças?
O dia 24 de abril é conhecido como o Dia Mundial de Combate à Meningite, data que busca a conscientização da população sobre o tema e destaca a importância das formas de prevenção. A doença é uma infecção que atinge uma das membranas que envolvem e protegem o cérebro, a medula espinhal e outros membros do sistema nervoso central, conhecidas também como meninges. Na maioria dos casos, são vírus ou bactérias os principais agentes que causam a infecção.
Segundo a Dra. Cristiana Meirelles, pediatra infectologista e coordenadora médica da Beep Saúde, a principal e mais eficaz medida para prevenir a meningite bacteriana é a vacinação. Na maioria dos casos, os surtos da doença ocorrem durante o inverno, enquanto a meningite viral é mais incidente durante o verão.
Apesar dos avanços obtidos pela saúde pública nos últimos anos em relação à vacinação, a meningite continua sendo uma doença que pode levar à morte. E com baixa cobertura vacinal os surtos da doença podem aumentar colocando em risco principalmente crianças menores de cinco anos.
“Na maioria dos casos, a transmissão ocorre por via respiratória, através de gotículas e secreções do nariz e da garganta. E, quando causada por uma bactéria, a doença pode atingir a corrente sanguínea e provocar infecção generalizada”, destaca Cristiana.
As vacinas estão disponíveis no calendário do Sistema Único de Saúde (SUS), com a opção dos imunizantes contra o meningococo C, o, Haemophilus Influenzae do tipo B, o pneumococo e a tuberculose – agentes bacterianos que causam a meningite. Nas clínicas particulares, existem também as versões das vacinas meningocócicas B e ACWY.
Em relação a ACWY, a principal diferença para a meningocócica C conjugada é que a oferecida pelo SUS contém proteção apenas contra a bactéria Neisseria meningitidis do grupo C. Já a Meningocócica conjugada ACWY também oferece proteção contra os meningococos dos grupos A, W e Y, além do C.
A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e a Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) recomendam a vacina Meningocócica conjugada ACWY para bebês, crianças e adultos, já que oferece proteção para outros tipos de meningococos. O esquema vacinal sugerido de rotina é de duas doses aos 3 e 5 meses, além de reforços entre 12 e 15 meses, entre 5 e 6 anos e aos 11 anos.
Vale destacar, ainda, que a vacina Meningocócica B, conhecida popularmente como Vacina Meningite B, previne infecções generalizadas causadas pela bactéria meningococo do tipo B. A imunização é feita com o vírus inativado e, neste caso, o esquema vacinal de rotina recomendado é de duas doses aos 3 e 5 meses, além do reforço entre 12 e 15 meses.
Além da vacinação, outras medidas de prevenção estão ligadas aos cuidados com a higiene, como lavar as mãos constantemente, não compartilhar talheres e alimentos com outras pessoas, manter os ambientes limpos e ventilados, evitar aglomerações, higienizar constantemente os brinquedos e outras superfícies de contato.
Os principais sintomas da doença são febre alta, cefaléia, vômitos em jato, rigidez da nuca e outros sinais de irritação meníngea, convulsões e/ou manchas vermelhas pelo corpo. A Dra. Cristiana Meirelles explica que a doença pode atingir pessoas em qualquer faixa etária, mas que costuma ser mais frequente em crianças menores de 5 anos.
“A meningite meningocócica é uma doença muito grave que pode levar à morte em poucas horas a partir do aparecimento dos primeiros sintomas e, mesmo os que sobrevivem, podem ter sequelas como surdez. Por isso, esteja atento ao calendário de vacina das crianças e adolescentes (principais portadores assintomáticos da bactéria na orofaringe). A imunização não resguarda apenas o indivíduo na fase da infância, mas tem uma repercussão em toda a comunidade, reduzindo a transmissão de forma coletiva”, finaliza
Dra. Cristiana Meirelles, pediatra infectologista e coordenadora médica da Beep Saúde