Não se trata apenas da diferença entre a fome emocional e a fome física — aquelas que já são fáceis de identificar entre fome e vontade de comer.
Quando se trata de alimentação a frase de “comer pelos olhos” vai além de apenas este sentido. A médica nutróloga Dra. Ana Luisa Vilela especialista em emagrecimento da capital paulista afirma que os cinco sentidos são facilmente ativados diante do pensamento em relação à comida e para todos, os tipos de fome são diferentes.
“Nariz, olhos, ouvidos, tato e por fim a boca. Além da comida ativar os cincos sentidos é possível que uma pessoa coma mais quando não repara em cada um deles e isso pode gerar a compulsão e, consequentemente virem os quilos a mais”, alerta a médica.
Para ajudar a compreender a relação entre o poder do olfato, visão, audição, tato e paladar e as comidas, a médica separou um a um.
Nariz
Café é um exemplo clássico: até quem não saboreia a bebida gosta do cheiro. Isso acontece porque aromas agradáveis despertam este tipo de fome, que geralmente possui conexão com as memórias afetivas.
“O cérebro pode se sentir satisfeito a apenas com fragrâncias. Leve sempre o prato perto do nariz antes de colocá-lo na boca. Feche os olhos e perceba o cheiro dele, pode até ser que só de sentir o aroma já sacie a vontade de comer compulsivamente e apenas experimentando já será suficiente”, fala Dra. Ana.
Olhos
Comer com os olhos sempre foi algo dito. É porque a visão traz uma enorme influência sobre o que comemos, mas uma mesa decoradamente posta e um prato bem apresentado não significa que tenham que vir acompanhados por uma enorme quantidade de comida. A dica da médica e notar cada detalhe do prato como as cores, texturas e formas e colocar sempre pouca quantidade no prato, isso ajuda a não comer de modo automático.
Ouvido
Alguns barulhos poder servir de gatilhos para a fome como uma pipoca estourando, um pacote se abrindo ou ouvir uma mastigação de algo crocante. “Aqui vale sempre a pergunta a si mesmo se há prazer em mastigar ou se há fome mesmo”, avisa a nutróloga.
Tato
É pelo tato que os bebês começam a serem introduzidos à alimentação solida depois do desmame. Por isso que o ato de comer com as mãos pode induzir a comer mais. “A facilidade de ter uma sanduiche nas mãos, por exemplo, exclui a necessidade de descansar o garfo e a faca e acaba estimulando ainda mais as mordidas. A dica é ir retirando pequenos pedaços aos poucos e deixar a comida sempre no prato”, ensina.
Boca Observar cada mordida, aproveitar os sabores, perceber a salivação e mastigar inúmeras vezes ajuda a satisfazer as sensações tanto do prazer de comer quanto da saciedade. Caso contrário, pode levar à compulsão. “É deste mesmo modo que conseguimos também conhecer novos alimentos e dar mais chances para os crus e in natura — que são sempre os mais saudáveis e menos calóricos”, finaliza a médica.
FONTE: Dra. Ana Luisa Vilela
Graduada em Medicina pela Faculdade de Medicina de Itajubá — MG, especialista pelo Instituto Garrido de Obesidade e Gastroenterologia (Beneficência Portuguesa de São Paulo) e pós graduada em Nutrição Médica pelo Instituto GANEP de Nutrição Humana também na Beneficência Portuguesa de São Paulo e estágio concluído pelo Hospital das Clinicas de São Paulo — HCFMUSP.