Aumento dos hormônios femininos na gestação melhora a qualidade do cabelo, mas no pós-parto acontece uma queda acentuada desses hormônios, que pode favorecer a queda capilar
Na gestação, muitas mulheres percebem que o cabelo está mais bonito, brilhante, denso, forte e com crescimento acima da média. De repente, o bebê nasce e parece que tudo vai por água abaixo. “Durante a gestação, por conta do estímulo dos hormônios femininos nos cabelos, os fios ficam em fase anágena, de crescimento. Então, no geral, a gestante, a não ser aquelas com deficiência de ferro, anemia ferropriva, deficiência de ácido fólico ou ainda de vitamina D, tem uma qualidade capilar de excelência. No entanto, no período pós-parto há uma grande preocupação com a queda desses fios. Esse fenômeno é chamado de eflúvio telógeno pós-gestacional, com queda intensa dos fios”, explica a Dra. Lilian Brasileiro, dermatologista membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia.
De acordo com a médica, enquanto na gestação o aumento dos hormônios femininos provoca uma vasodilatação para o bulbo capilar trazendo mais oxigênio e nutrientes, mantendo os fios na fase de crescimento por longo período, no pós-parto acontece uma diminuição acentuada dos hormônios femininos, o que favorece a queda. “Este quadro pode começar principalmente nos primeiros quatro a seis meses. Há uma baixa dos hormônios femininos no pós-parto e no pós-cesárea pelo próprio estresse do período pós-cirúrgico e muitas vezes em casos em que a paciente não descansa o suficiente, não se alimenta como deveria, além da questão da amamentação. O quadro de estresse físico e emocional com alteração hormonal pode levar à queda capilar”, explica a médica. “Uma recomendação pode ser a introdução de vitaminas para melhorar a performance e nutrição capilar no último trimestre”, afirma.
Segundo a dermatologista, essa é uma característica importante a ser pensada, observada e prevenida. “Embora o eflúvio telógeno possa ser resolvido sozinho, podemos entrar imediatamente com altas dosagens de vitaminas, checar os níveis férricos e as questões relacionadas aos hormônios femininos e a tireoide, a vitamina D, zinco e o ácido fólico; e fazer o uso de substâncias específicas se elas tiverem carência ou a reposição de um aporte nutricional que seja específico para a parte capilar”, destaca a médica.
Com relação à suplementação nutricional para o cabelo, já no terceiro trimestre, a médica explica que podem ser usadas substâncias como biotina, silício, ferro e zinco, além de ácido fólico. Além disso, alguns cuidados tópicos podem ser colocados em prática, como a utilização de loções. “E, no consultório, após o nascimento, podem ser usados tratamentos como laser fracionado não ablativo e a técnica de microinfusão de medicamentos”, finaliza a médica.
Fonte: Dra. Lilian Brasileiro, Médica especialista em Dermatologia, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia. É coordenadora e palestrante em eventos sobre tratamentos capilares e laser, além de autora de artigos e capítulos de livros publicados no Brasil sobre rejuvenescimento, dermatologia clínica, laser e tecnologias. CRM 156908 | Instagram @lilianbrasileiro.dermato