Cocô do bebê: como saber se está tudo normal – parte 2

Você sabia que nosso corpo se prepara para a digestão antes mesmo de colocar o alimento na boca? Conheça agora o caminho que alimento percorre durante a digestão.

Continuando de onde a gente parou, e isso no sistema digestivo pode ser sempre um perigo, será que a nossa alimentação começa só quando começamos a comer?

Você não se lembra de ter pensado em alguma comidinha gostosa, um prato que só a vovó fazia daquele jeito de um temperinho, um docinho e a seguir ter começado a salivar?

Ou quando você chega em casa após um dia de trabalho, até sem tanta fome, e sente o cheirinho daquele seu prato favorito. Imediatamente… salivação e a fome, que parecia que estava te esperando dentro de casa, domina todo seu corpo e seu estômago, roncando, reclamando a falta da comida, não é mesmo?

Então venham comigo conhecer um pouquinho mais sobre esse processo de alimentação que temos.

Esse artigo faz parte de uma série, para ver as demais partes, acesse:

Como é o processo da alimentação.

Visão, Olfato, Tato, Audição

A mensagem que chega ao cérebro já faz o organismo se preparar para digestão. Aumenta salivação e inicia a produção de suco gástrico.

Até por isso, por exemplo, se você está resfriado e o seu nariz está entupido, você não tem tanta fome ou nem sente tanto assim o sabor da comida.

O seu processo digestivo só vai ser iniciado quando você põe a comida na boca.

Já com o nariz em dia, é só cheirar a comida que a saliva começa a se manifestar e se inicia o processo de alimentação.

O alimento sofre na boca ação mecânica (mastigação, trituração – língua – principal órgão do sentido do gosto e um importante órgão da fala, além de auxiliar na mastigação e deglutição dos alimentos, dentes – até 2 anos já estão com 20 dentes e adultos com 32 dentes) e ação enzimática (ptialina e amilase – digestão inicial de carboidratos – açúcar e farinhas).

Faringe e esôfago

Esses órgãos ainda trituram e misturam o alimento, até chegar ao estômago (movimentos peristálticos).

Estômago

Aí ocorre mais trituração e mistura e o alimento fica lá (retido por cerca de 3 horas) para sofrer a ação do suco gástrico (acidez e enzimas digestivas) onde se quebra principalmente a proteína formando o bolo alimentar e isso favorece a absorção de cálcio e ferro. O alimento então é levado pelo intestino através de movimentos peristálticos.

Intestino delgado (6 a 7 metros entre duodeno, jejuno e íleo)

Duodeno – O suco intestinal com enzimas quebram as proteínas em aminoácidos e açúcares, a vesícula biliar quebra gorduras e o suco pancreático neutraliza a acidez, ajudando na digestão de proteínas, gorduras e carboidratos.

Jejuno e Íleo – Aqui, o suco intestinal com enzimas transformam as moléculas em nutrientes que vão ser absorvidos e lançados no sangue.

Fígado

Os nutrientes ou substâncias que foram absorvidas no intestino para o sangue passam sempre pelo fígado onde ocorre a metabolização dos macro e micronutrientes, mas também de drogas e xenobióticos (substâncias químicas que não são produzidas pelo organismo – drogas, hormônios de alimentos, disruptores endógenos – bisfenol das mamadeiras, por exemplo).

Após essa metabolização essas substâncias saem pela corrente sanguínea e podem ser eliminadas pelo suor (pele), urina (rins) e fezes ou serem absorvidas nos órgãos.

Intestino grosso (1 a 2 metros)

Ceco (aqui fica o apêndice)

Cólon (ascendente, transverso e descendente) – Ocorre aqui a absorção de sais e líquidos com fermentação e absorção de fibras pela ajuda de bilhões de bactérias que vivem aí e produzem muco para ajudar a movimentação das fezes.

Reto – onde se acumulam as fezes que esperam para ser eliminadas.

  • O caminho do alimento na digestão: boca, faringe, esôfago e estômago - Foto: Sebastian Kaulitzki/ShutterStock.com
  • O caminho do alimento na digestão: intestino delgado - Foto: Sebastian Kaulitzki/ShutterStock.com
  • O caminho do alimento na digestão: a função do fígado - Foto: Sebastian Kaulitzki/ShutterStock.com
  • O caminho do alimento na digestão: intestino grosso - Foto: Sebastian Kaulitzki/ShutterStock.com

FEZES E GASES

Depois que o alimento foi digerido e a parte boa foi absorvida, o que não foi digerido é levado até o intestino grosso onde ocorre a absorção de água, e sais minerais e eliminação do que não foi absorvido na alimentação pelas fezes.

Aqui estão as bactérias da flora intestinal que ajudam na produção de vitaminas (K, B-12) e favorecem a eliminação das fezes. Aqui a velocidade de movimentação é mais lenta do que no intestino delgado (peristaltismo é menos eficaz porque apesar de ser mais curto do que o delgado é mais largo).Quando as fezes permanecem aqui por muito tempo, boa parte da água é absorvida e elas acabam ficando duras.

Fezes

As fezes são constituídas de três partes de água e uma de sólido. A receita da porção sólida é 30% de bactérias (mais numerosas do que as células que temos em nosso organismo), 30% de material não digerível (como o excesso de fibras) e 40% de resíduos inorgânicos (como substâncias químicas mal processadas) e resíduos do corpo (como alguns glóbulos vermelhos velhos).

Gases – Flatulência

Hidrogênio, dióxido de carbono e metano são produzidos durante a quebra do alimento no intestino grosso. Quando o reto sente o excesso de gases, o cérebro recebe um sinal, para analisar se é uma boa hora para soltá-los. Se for, o esfíncter relaxa, o reto se contrai e o gás é liberado. Em média, uma pessoa pode expelir gases de 10 a 25 vezes por dia.

…continua na próxima parte 🙂

Dr. Moises Chencinski

Formado pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo com título de especialista em pediatria pela Associação Médica Brasileira (AM...

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