A idealizadora da Educação NeuroConsciente fala sobre como agir quando a criança se frustra
No dicionário “acolher” significa oferecer refúgio, proteção ou conforto físico: abrigar, amparar. Coisas que fazemos com aqueles que amamos, principalmente nos momentos difíceis, quando uma amiga termina um relacionamento ou quando alguém perde um ente querido, por exemplo. Uma forma de demonstrar respeito e empatia.
Segundo Telma Abrahão, especialista em Neurociência Comportamental Infantil, acolher é receber a pessoa e mostrar que está ali, mimar é fazer todas as vontades, dizer sim até mesmo quando sabe que deveria dizer não, “Você pode ser firme na sua atitude para manter os limites necessários e ao mesmo tempo acolher seu filho, sem mimar”, afirma ela.
Você está no shopping e seu filho pede um brinquedo. Você fala: Não! Porque você acabou de comprar um brinquedo novo há 2 dias. Mas ele se sente frustrado e começa a chorar, pois quer muito o brinquedo, porém não consegue ter. A especialista explica: “Esse comportamento é normal na infância devido a imaturidade do cérebro para conseguir usar a razão e controlar essa reação. Mas quando nós, adultos, queremos muito algo e recebemos um não da vida, também nos sentimos frustrados. Nesse momento, adoraríamos ter alguém para nos acolher e compreender, por que não agir assim com nossos filhos que tanto precisam de nós?”.
“Você pode dizer ‘Filho eu entendo que você está triste porque não pode ter o carrinho agora! Eu também me sinto assim às vezes. No seu aniversário ou em outro momento podemos comprar esse carrinho, vamos guardar dinheiro no cofrinho para isso?’ Essa atitude muda tudo! Além de validar o que a criança sente ainda podemos ensinar uma habilidade importante para a vida: a de aprender a guardar o dinheiro da mesada semanal, por exemplo, e entender o valor das coisas.”
Alguns pais temem que, ao acolher seus filhos, irão receber duras críticas de pessoas de fora por estar “mimando-os”, para isso Telma esclarece: “É necessário que você tenha em mente essa diferença entre mimar e acolher. A partir do momento que você entende essa diferença, você sabe que não está mimando quando acolhe, apenas está entendendo a criança”.
De acordo com a autora do best-seller “Pais que Evoluem”, para os pais é um aprendizado constante, que requer evolução diária. “Pequenas mudanças na forma de agir, tem o poder de impor limites de forma respeitosa e educar ao mesmo tempo!”, finaliza Telma.