Números recentes indicam uma aceleração dos casos de contágio pela COVID-19 no Brasil. Segundo especialistas, uma nova linhagem chamada de “Ômicron Silenciosa” é a principal responsável pelo aumento
A pandemia de COVID-19 foi um evento histórico que alterou a rotina de praticamente todos nós por pelo menos dois anos. Seguindo a recomendação de médicos e especialistas, tivemos que adaptar nossa rotina adotando medidas variadas para impedir a propagação do contágio. Isolamento social, uso de máscaras e cuidados redobrados com higienização foram algumas das ações adotadas por boa parte de nós até a chegada das vacinas. Com o crescimento contínuo da imunização ao redor do mundo e queda no número de casos, pudemos gradativamente abrir mão de alguns desses cuidados e experimentar uma rotina semelhante a que tínhamos antes da pandemia. No entanto, com o recente aumento de contágios registrados em variadas partes do mundo, é chegada a hora de recuarmos e voltarmos a adotar medidas mais efetivas.
Segundo dados do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), na última semana de maio o Brasil registrou o maior aumento no número de casos de COVID-19 desde março deste ano, quando os estados brasileiros flexibilizaram as medidas de contenção do vírus. Do início do ano até aqui, foram aproximadamente 8,7 milhões de infectados no Brasil, com números que não param de acelerar desde o final do primeiro trimestre de 2022.
O infectologista credenciado da Paraná Clínicas, empresa do Grupo SulAmérica, Dr. Luiz Otávio da Fonseca (CRM-PR 39.666, RQE 23.253) explica que tal cenário não causou surpresa entre especialistas do assunto: “O aumento do número de casos positivos era esperado após relaxamento das medidas de prevenção, como a obrigatoriedade do uso de máscaras. Infelizmente era algo previsível”.
Segundo o médico, um dos principais responsáveis por este aumento é a nova linhagem de uma variante do vírus, a Ômicron BA.2, que apesar de não causar sintomas tão graves, se propaga de forma muito rápida: “ela é mais transmissível que as variantes tradicionais e pode ocorrer sem sintomas em indivíduos infectados, o que tem dado a ela o apelido de ‘Ômicron Silenciosa’. O Brasil está em processo de transição da BA.1, a Ômicron original, para BA.2, que tem taxas de reinfecção de 30% a 40% maiores”, explica Fonseca. Apesar do número de vítimas fatais não estar crescendo na mesma proporção do número de casos em função do alto volume de pessoas imunizadas com pelo menos duas doses, o momento é de cautela.
Volta ao isolamento?
Apesar da aguardada flexibilização das medidas sanitárias, elas contribuíram para facilitar a circulação da COVID-19 e suas variantes. Segundo o Dr. Luiz Otávio o momento não é para pânico, mas exige cuidados adicionais: “É perfeitamente possível continuarmos mantendo uma rotina social desde que respeitemos alguns cuidados básicos. O uso de máscaras e distanciamento ainda são medidas bastante eficazes na prevenção de novos casos, além de evitar o surgimento de mutações e de novas variantes do SARS-CoV-2. Nós deveríamos voltar a adotá-las voluntariamente”, afirma o médico.
Quem alimenta a expectativa de que o risco de contágio com a COVID-19 irá desaparecer em um futuro breve, possivelmente irá se frustrar. Segundo estudiosos do assunto, há grande probabilidade de que este se torne mais um vírus respiratório circulante na comunidade, como o Influenza, por exemplo. Diante de tais circunstâncias, a principal alternativa de proteção, além daquelas já citadas, segue sendo a vacinação: “esta é a maior arma para colaborar com a redução do número de casos já que evita o agravamento da doença e a necessidade de hospitalização de pessoas contaminadas pelo vírus. É uma medida de fundamental importância para permitir que continuemos vivendo uma rotina normal”, conclui Fonseca.
Fonte :
O infectologista Dr. Luiz Otávio da Fonseca (CRM-PR 39.666, RQE 23.253)
Paraná Clínicas Fundada em 1970, a Paraná Clínicas é referência em planos de saúde empresariais e também atua na modalidade coletiva por adesão