Como proteger bebês e crianças das picadas de insetos – parte 1

Esses insetos…

Eles vivem o ano todo, em todos os lugares, mas parece que querem aproveitar o verão, da mesma forma e no mesmo lugar que nós, não é verdade? Na cidade, nas praias, no campo, nas montanhas nos deparamos com esses seres vivos irritantes, em todos os sentidos. Convivência pacífica? IM-POS-SÍ-VEL.

Ou eles ou nós? Também não é bem assim. Grande parte dos insetos ataca para se proteger. Assim são as abelhas, vespas, marimbondos e formigas, por exemplo. Melhor não se aproximar de colmeias e formigueiros.

Vale lembrar que uma picada pode causar desde sintomas simples, como coceiras, até quadros como reações alérgicas graves, infecções (abscessos, erisipela), dengue e, em alguns países (África, por exemplo), até malária.

Segundo informações da Organização Mundial de Saúde (OMS), a dengue atinge 50 milhões de pessoas no mundo anualmente, com quase vinte e cinco mil mortes, enquanto que a malária chega a causar mais de 1 milhão de mortes por ano.

Mais uma vez, vale a máxima: Melhor prevenir do que remediar, até porque, para algumas dessas doenças, não há tratamento adequado e específico.

Prevenção ainda o melhor tratamento

Aqui começa uma grande discussão, mas que vale a pena rever e esmiuçar um pouco mais. Sempre que se aborda esse tema, há muitos pontos a se levar em consideração: praticidade, custo, eficácia, segurança, riscos.

Sem dúvida, a proteção física ambiental ainda é a melhor opção, especialmente em casa. Para isso, é necessário conhecer o hábito dos insetos.

Só as fêmeas dos mosquitos picam para se alimentarem do sangue. Os Aedes, por exemplo, responsáveis pela dengue, febre amarela,Febre Chikungunyae zica vírus, têm maior atividade diurna e preferem ambientes abertos. Já os insetos do gênero Anopheles (que transmitem a malária) preferem o amanhecer e o entardecer e aparecem tanto em ambientes abertos quanto nos fechados.

Dessa forma, a primeira providência é evitar o contato do inseto com as crianças, impedindo que eles, os insetos, entrem em casa. Bebês até 6 meses, pela sua característica (se movem pouco ficam em locais fechados e costumam ficar em berços, cercadinhos, carrinhos), podem se beneficiar mais dessas ações. Pode parecer um detalhe, mas é importante lembrar que os poros dos mosquiteiros não devem ter mais do que 1,5mm (senão os mosquitos passam, né?).

Há recomendações de mosquiteiros simples ou com inseticidas (normalmente permetrina) melhorando a relação custo-benefício da defesa contra as picadas. Há relatos de uso em berços de bebês e até gestantes sem risco, especialmente em telas de janelas e portas.

Manter portas bem vedadas e janelas fechadas com telas pode ser fundamental nessa proteção.

Ambientes com temperaturas mais baixas, bem refrigerados, mantidos com ar condicionado, também é recomendado até pela OMS como medida interna bem eficaz, inclusive em hotéis.

As roupas adequadas podem ser um fator a mais, apesar de não tão eficaz isoladamente, na proteção contra as picadas de insetos. O ideal é que a maior parte do corpo seja coberta. Assim, é aconselhável o uso de meias, blusas de mangas compridas e calças. Mas, vivendo no Brasil, e com o uso especialmente aumentado no verão, com clima quente, isso é muito difícil. Roupas coloridas também atraem insetos, sendo mais adequado o uso de roupas claras.

Proteções físicas contra mosquitos - Guia do Bebê

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Dr. Moises Chencinski

Formado pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo com título de especialista em pediatria pela Associação Médica Brasileira (AM...

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