Crises convulsivas estão entre os eventos neurológicos graves mais frequentes da infância.
Existe uma diferença entre epilepsia e convulsão. Por definição, epilepsia é uma doença neurológica caracterizada por descargas elétricas anormais e excessivas no cérebro, que são recorrentes e geram as crises epilépticas (convulsão).
Para considerar que uma pessoa tenha epilepsia, ela deverá ter repetição de suas crises epilépticas, portanto, a pessoa poderá ter uma crise epiléptica (convulsiva ou não) e não ter o diagnóstico de epilepsia.
Existem várias formas de epilepsia em crianças e nas emergências pediátricas é comum observar a convulsão febril, que costuma ter evolução benigna. Essa chamada epilepsia benigna da infância pode acontecer desde a idade pré-escolar até a adolescência. As crises com breves paradas comportamentais, sem evento motor nítido, exemplificam formas comuns de epilepsia na infância.
Existe uma condição muito grave chamada epilepsia catastrófica da infância. Trata-se de várias crises convulsivas que ocorrem de forma contínua. Esta forma de epilepsia está associada a um risco alto de lesão cerebral e atraso cognitivo e motor.
A avaliação do especialista é fundamental. O tratamento, na maioria dos casos, é feito através de medicamentos e, em alguns casos, a causa da epilepsia pode ser tratada de forma cirúrgica, após avaliações específicas.
Como ajudar alguém que esteja em crise epilética?
É importante tentar proteger a cabeça da criança para evitar um traumatismo, e virar o rosto dela de lado para eliminar o acúmulo de saliva e impedir a asfixia com o próprio vômito. Não se deve segurar a língua do paciente, sob o risco de tomar uma mordida, ou colocar objetos na boca, como uma colher. Se a crise estiver durando mais de 5 minutos, já vale a pena chamar uma ambulância, o mesmo deve ser feito se a pessoa demorar a recobrar a consciência.