A Incontinência Urinária é um Problema mas, tem Solução
Em 14 de março é o Dia Mundial da Incontinência Urinária – a data foi criada para trazer a conscientização sobre esta doença para a população – já que muitas pessoas acham que a perda de xixi é natural do envelhecimento. Mas, isso pode ocorrer em qualquer idade. As mulheres são as mais atingidas pela doença (40%), 10% são homens e ainda segundo especialistas, cerca de 10% das crianças e adolescentes, entre 5 e 17 anos de idade, também sofrem do problema.
A Incontinência Urinária (IU) nada mais é do que toda e qualquer perda de xixi, seja ela momentânea, ocasional ou contínua e, está entre as patologias do trato urinário mais comuns no Brasil. Estima-se que a doença atinja cerca de 200 milhões de pessoas no mundo todo. No Brasil, segundo dados da Sociedade Brasileira de Urologia, uma em cada 25 pessoas sofre com a doença.
“A data é essencial para alertar as pessoas que perder xixi é um problema e tem solução! O assunto ainda é um tabu, as pessoas não comentam que urinam na roupa, que usam fralda, absorvente ou até mesmo papel higiênico, isso acontece por vergonha e se torna um tabu por ser um problema social. Quem sofre com a incontinência acha que é normal e que não precisa procurar ajuda. É importante dizer que perder xixi não é normal em nenhuma faixa etária da vida”, relata Marta Lira, enfermeira estomaterapeuta com foco em incontinência na clínica ConvaCare.
Tipos de incontinência
- IU por esforço: ocorre quando uma pressão é transmitida à bexiga por um esforço abdominal. Esse tipo de esforço pode ser algo bastante comum, como por exemplo, ao tossir, espirrar, fazer exercícios, dar risada, correr, etc. Nas mulheres, lesões dos nervos durante o parto também podem ocasionar este tipo de IU;
- IU por urgência: também conhecida como incontinência urinária por bexiga hiperativa, ocorre quando a urgência de urinar é muito forte, e muitas vezes, a paciente não consegue chegar até o banheiro;
- IU mista: associa a incontinência de esforço e a incontinência de urgência. Sua principal característica é a impossibilidade de controlar a perda involuntária de xixi pela uretra, a diferença é que esse escape pode pode ser causado tanto por esforços como por urgência, não chegando ao banheiro a tempo.
Tratamento
- Avaliação dos músculos do assoalho pélvico por especialista;
- Diário miccional (trata-se de um diário de 1 a 3 dias onde o paciente registra toda a ingesta de líquidos, quantifica volume da urina espontânea e as perdas);
- Treinamento muscular específico para cada tipo de IU (fortalecimento ou relaxamento, o paciente aprende a identificação da musculatura correta);
- Treinamento para mudanças comportamentais que inclui hábitos de ingesta de líquidos, alimentos e bebidas potencialmente irritantes para a bexiga urinária, manejo da constipação e hábitos sanitários;
- Programa para gestantes: possui um treinamento muscular de todo o corpo e dos músculos pélvicos, tem papel fundamental no pré e pós-parto, fortalecendo ou trabalhando o relaxamento para atingir uma melhor mecânica de expulsão durante o trabalho de parto, evitando assim traumas perineais.
IU nos homens
As principais causas da doença no homem são a perda de urina após cirurgia para tratamento do câncer de próstata e a bexiga hiperativa, que são contrações involuntárias de forte intensidade da bexiga que levam a escapes de urina.
De acordo com a Sociedade de Urologia Brasileira, 1 a 5% dos homens submetidos à cirurgia da próstata irão apresentar perdas de urina após a cirurgia. Com o avanço das técnicas cirúrgicas, esse percentual vem caindo. As perdas urinárias associadas à bexiga hiperativa por sua vez ocorrem em até 10% dos homens idosos.
Diante disso, os sintomas são as perdas de urina quando o paciente tosse, espirra, pega peso ou faz atividade física. Além disso, têm as perdas urinárias relacionadas a bexiga hiperativa que se manifestam de forma súbita, ou seja, o paciente apresenta uma urgência urinária e muitas vezes perde urina no caminho até o banheiro.
IU nas Mulheres
As mulheres são as mais atingidas com a IU e isso acontece por diversos fatores, dentre eles os hormonais como a menopausa, gestantes e pós-parto, além disso, tem a obesidade, o tabagismo e a diabetes.
IU nas Crianças
Até os 5 anos de idade, a perda de urina é considerada extremamente comum, isso porque até essa idade, as crianças ainda não têm o controle da bexiga no período noturno. Mas, após essa idade a perda urinária não é mais considerada normal. Os fatores que podem ocasionar a incontinência urinária nas crianças são: as condições morfológicas das vias urinárias, fatores genéticos, emocionais, histórico familiar, questões comportamentais, diabetes, transtorno de déficit de atenção, hiperatividade ou aumento da excreção de cálcio na urina.
Fonte:Marta Lira, enfermeira estomaterapeuta com foco em incontinência na clínica ConvaCare. ConvaCare é um centro internacional de excelência no tratamento e reabilitação de pessoas com feridas, estomias e incontinência urinária