Fisioterapia Pélvica na Gestação Tardia Auxilia no Desenvolvimento Saudável do Bebê e na Recuperação Pós-Parto

Tratamento especializado garante melhor funcionalidade dos músculos do assoalho pélvico e evita disfunções como incontinência urinária, distopias genitais, dores, além de prover uma recuperação mais rápida

Após os 40 anos, o corpo da mulher passa por diversas transformações devido às alterações hormonais que impactam na redução do metabolismo e da densidade óssea. A redução da massa muscular faz parte desse processo, inclusive nas partes íntimas. Segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o número de mães após os 40 anos, de 1998 até 2018, aumentou 88,5% (de 48.402 – em 1998 para 91.212 – em 2018). As alterações hormonais fazem com que os músculos e ligamentos fiquem mais vulneráveis, percam força e capacidade de sustentação, o que é um fator potencializado em uma gestação tardia.

De acordo com Thalita Freitas, fisioterapeuta especializada em Saúde da Mulher, Ginecologia e Obstetrícia pela USP, cuidar da saúde perineal com a fisioterapia pélvica ao longo de toda gestação e pós-parto garantem uma melhor funcionalidade para os músculos do assoalho pélvico, para evitar disfunções como incontinência urinária, distopias genitais, dores, além de prover uma recuperação plena e mais rápida, independente da via de parto.

Ao engravidarem mais tarde, muitas mulheres ficam preocupadas com as atividades físicas e práticas do cotidiano, desde subir alguns lances de escada, fazer algum esforço dentro de casa, até realizar treinos em academias, devido ao risco. Dados divulgados pelo Colégio Americano de Ginecologia e Obstetrícia (ACOG) revelam que a prática de 30 minutos de exercícios diários, de intensidade moderada, para gestantes, é recomendada, sem complicações clínicas ou obstétricas. “A prática deve sempre acompanhar um profissional especializado, pois a sobrecarga de peso pode lesionar algumas articulações e gerar disfunções no assoalho pélvico, uma vez que a gestante já possui uma pré-disposição para a perda de urina involuntária”, explica Freitas.

A especialista ressalta que exercícios físicos intensos devem ser evitados durante toda a gestação, pois, nesse nível, há risco de aborto espontâneo, parto prematuro, crescimento fetal diminuído e maior chance de o recém-nascido ter baixo peso ao nascer. “O exercício mal direcionado pode levar a gestante a desenvolver a incontinência urinária, pois o peso uterino aumenta bastante com o desenvolvimento do bebê, e a sobrecarga da atividade física dificulta o controle da musculatura dos esfíncteres”, finaliza.

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