Homeopatia ou alopatia? Isso é realmente importante?

A homeopatia não resolve todos os problemas de saúde do ser humano. Assim como a medicina natural e a alopatia não o fazem também.

Medicina: 1 Arte e ciência de curar e prevenir as doenças. 2 Cada um dos sistemas (alopatia, homeopatia, medicina natural) empregados para debelar as doenças.

Homeopatia: Sistema terapêutico que consiste no tratamento das doenças com doses infinitésimas de específicos capazes de produzir em pessoa sã efeitos análogos aos sintomas das doenças que se pretende combater.

Essas são definições encontradas no dicionário Michaelis UOL da Língua Portuguesa. O próprio dicionário, sem ser da área médica, coloca alopatia, homeopatia e medicina natural sob a mesma definição.

Toda unanimidade é burra. Quem pensa com a unanimidade não precisa pensar.

Esse é um pensamento de Nelson Rodrigues, muito conhecido, especialmente a primeira frase. E podemos extrapolar esse pensamento para muitos outros aspectos da existência humana, incluindo a saúde.

Se uma linha da medicina fosse 100% eficaz, não haveria necessidade e nem espaço para outras formas de abordagem de pacientes e nem para seu tratamento. Dessa forma, há espaço para mais de uma linha terapêutica, desde que se respeite, em primeiro lugar um dos principais conceitos médicos vindos desde a época de Hipócrates (Primum non nocere, ou, primeiro não causar mal) e que consta do Juramento que todo médico faz quando se forma:

Aplicarei os regimes para o bem do doente segundo o meu poder e entendimento, nunca para causar dano ou mal a alguém”.

A homeopatia não resolve todos os problemas de saúde do ser humano. Assim como a medicina natural e a alopatia não o fazem também.

Durante meus 33 anos de formado, observei e aprendi que não existem verdades absolutas e eternas, especialmente na área da saúde. Os avanços da tecnologia e da pesquisa médica, bem como a prática e a observação do nosso dia-a-dia, desmontam as certezas com a mesma facilidade com que a criam.

Nosso compromisso principal é com o bem estar e com a saúde de nossos pacientes e não com esta ou aquela forma terapêutica. Todo profissional da área da saúde deve oferecer a quem o procura o que conhecer de melhor em seu benefício.

Ao longo dos meus muitos anos participando da área médica, tenho me dedicado ao estudo e à compreensão de formas de abordagem e de formas terapêuticas através de cursos de atualização que me mostram, a cada dia, o quanto ainda posso aprender e dedicar ao paciente que me procura em busca de promoção à saúde, prevenção, tratamento ou alívio para seu sofrimento.

Como posso criticar qualquer método que tem sucesso, sem conhecê-lo em profundidade?

Dessa forma, cheguei à conclusão que grande parte das críticas e ataques à homeopatia, aos seus praticantes e aos seus usuários acontecem por falta de conhecimento real de seus fundamentos, de seus 3.500 medicamentos e de seus resultados. Como pode alguém criticar uma especialidade médica de mais de 200 anos de experiência clínica, prática, de sucesso, e que é a segunda forma de medicina mais receitada no mundo, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS)?

A homeopatia é uma forma terapêutica eficaz, que pode ser receitada para gestantes, recém-nascidos, crianças, adolescentes, jovens, adultos, “envelhescentes”, idosos, animais, plantas, e sem ter nenhum de seus medicamentos proibidos por apresentar qualquer efeito colateral indesejável, durante esses mais de 200 anos de existência e uso, em grande parte do mundo.

O fato de ser uma forma complexa de medicina e que não encontra explicações na racionalidade científica habitual (assim como a acupuntura) não pode ser justificativa para privar a população de sua ação eficaz, suave, duradoura e de baixo custo.

Nenhuma terapia é absoluta e cabe ao profissional especializado sem preconceitos, que se atualiza constantemente, saber quais os limites da sua prática. Assim, só o trabalho em conjunto (homeopatia, alopatia, acupuntura, além de orientações sobre cuidados de alimentação, atividade física e estilo de vida saudável), aproveitando o melhor de cada uma, pode beneficiar, de fato, o doente.

P.S.: Dia 21 de novembro é comemorado o Dia Nacional da Homeopatia.

Dr. Moises Chencinski

Formado pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo com título de especialista em pediatria pela Associação Médica Brasileira (AM...

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