Importância da Imunização da Mulher ao Longo da Vida

Mesmo com um calendário de vacinação invejável em muitos lugares no mundo, há vacinas estragando nas prateleiras de todo o país;

Com os números de vacinação atualmente muito baixos no país e uma queda jamais vista na vacinação, a infectologista dra. Rosana Richtmann trouxe de volta a discussão sobre a importância da vacinação, especialmente em mulheres, nas três principais fases da vida: na adolescência, na fase adulta quando gestante (mais o bebê) e na fase mais madura (a partir dos 50, 60 anos).

“Este período pelo qual estamos passando tem a ver com o cansaço com tudo o que vivenciamos na época da pandemia. Há vacinas estragando nas prateleiras. Não adianta ter vacina sem vacinação. O que percebemos é que existe uma falta de percepção de risco (o mais importante) e as fake News, que foi um estrago geral em termos de calendário vacinal”, comenta a dra. Richtmann.

Segundo o oncologista dr. Fernando Maluf, há 15 mil casos de câncer de colo de útero por ano no Brasil contra 250 casos por ano na Australia para o mesmo tipo de câncer. Do ponto de vista de programa vacinal, este foi o país que mais andou para frente.

Se a mulher não se vacinou até os 14 anos ainda pode se vacinar e se proteger dos tipos perigosos de HPV, por exemplo. Para o especialista, é preciso uma força tarefa para vacinar meninos e meninas antes da vida sexual, que é como se contagiam pelo HPV. “No Brasil dependendo da região, menos de 30% das crianças são vacinadas. E não tomam a vacina contra o HPV porque não sabem o que é”, avalia.

Coqueluche mata – Segundo a infectologista, a gestante – a partir de 20 semanas de gravidez- precisa tomar a vacina para evitar a morte do bebê por coqueluche, doença que mata as crianças nos primeiros meses de vida. “Apenas 47% das mulheres se imunizam com a vacina de coqueluche no Brasil. Esta vacina é segura, evita prematuridade e está disponível na rede pública”, revela.

Infecção x câncer – Para o oncologista dr. Fernando Maluf, a terceira maior causa de câncer são as doenças infecciosas, vírus e bactérias. “Ninguém associa o câncer com infecção e isto vem crescendo em vários países do mundo”, reflete o dr. Maluf.

A imunoterapia é uma das táticas no combate ao câncer, que é a confecção de vacinas contra a doença. “Já existe uma vacina para câncer de próstata aprovada nos Estados Unidos”. Para o especialista, o próximo passo – que já é presente – já está sendo desenvolvido para passos mais sólidos, que é uma das bases para que a vacinação evite infecção (HPV, por exemplo, que é responsável por cinco tipos de câncer: não só o colo de útero, mas o de garganta, de pênis, de vulva e de canal anal; e Hepatites B e C, muito comuns em nosso país, que facilitam o câncer de fígado. “Não podemos perder alguém por uma doença evitável”, finaliza.

Fonte:

Oncologista dr. Fernando Maluf

Infectologista dra. Rosana Richtmann

A discussão entre a dra. Rosana Richtmann e o dr. Fernando Maluf sobre a imunização da mulher ao longo da vida foi liderada pelo psiquiatra dr. Táki Cordás

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